Rafael Hahne escreve artigo sobre os planos da Prefeitura de Florianópolis para tornar a cidade mais “caminhável”, com foco na integração de infraestrutura, mobilidade ativa e melhorias urbanas, visando atender moradores, turistas e fortalecer centralidades nos bairros. A proposta inclui gestão integrada, novas obras e reestruturação administrativa para garantir eficiência e economia.
Florianópolis tem vocação para ser vista. Diariamente, 60 mil vizinhos vêm à capital para trabalhar, estudar ou passear. Na temporada de verão que se aproxima, serão mais de 2 milhões de turistas. Na última década, ganhou 115 mil habitantes. Muita gente quer estar aqui e o plano é criar uma cidade para ser vista, vivida e sentida pelas pessoas: uma cidade caminhável.
A reforma administrativa da Prefeitura, em tramitação na Câmara de Vereadores, estabelecerá uma única secretaria para atender de forma conjunta a manutenção e limpeza da cidade com a execução das importantes obras de infraestrutura para o futuro. Um dos grandes objetivos do prefeito Topázio Neto para o segundo mandato será a gestão integrada entre quem faz as obras, quem cuida delas e quem limpa a cidade, aprimorando assim o controle e gestão. A integração, com um setor administrativo mais enxuto, dará agilidade e economia para o serviço público. Em uma única estrutura (secretaria), as relações entre pessoal administrativo, técnico e operacional também se tornam mais dinâmicas, próximas e efetivas.
O desafio é ser uma secretaria que cuide da cidade como um todo. Sistema viário com foco no transporte coletivo; estrutura cicloviária ainda mais segura, confortável e conectada; modais complementares para a micromobilidade (como patinetes e bikes elétricas); além de redes para deslocamentos a pé, caminhando com calçadas e travessias adequadas, rotas mais diretas que as dos veículos e acesso fácil ao transporte público, comércio e aos serviços locais.
Florianópolis já virou referência em estrutura cicloviária e agora, a partir de 2025, dará também um próximo passo importante, com foco na melhoria das condições da estrutura física do modal. Já são mais de 240 quilômetros de ciclovias ou ciclorrotas, que devem se tornar mais completas para o ciclista, com bicicletários adequados, pontos de parada e descanso, estações de abastecimento e tantos outros detalhes para fomentar essa mobilidade ativa.
Além disso, para desenvolver o que a cidade precisa para o turista e para quem vive aqui, é preciso avançar num ponto muito importante: melhorar as condições para a mais natural, antiga e a ainda mais comum forma de locomoção no mundo. A caminhada conecta diretamente a pessoa com o ambiente, não polui e promove a saúde física e mental.
O Centro da cidade, a zona mais ocupada, já tem a característica de ser muito caminhável. Para 2025, estão programadas melhorias de calçadas em diversos eixos de conexão na região central. O detalhe é que o plano diretor, aprovado ainda em 2023, já está fomentando o desenvolvimento de novas centralidades nos bairros e balneários, resgatando a antiga tradição da cidade e potencializando as freguesias e distritos. É como se Floripa tivesse várias cidades dentro de si.
Então, nesse cenário, precisa desenvolver uma cidade ainda mais caminhável, seguindo o exemplo dos Ingleses, no Norte, do Campeche no Sul, ou do Leste, com as obras que já estão transformando a paisagem da Lagoa da Conceição. Em todas as obras, aliás, cuida-se para ter melhorias tanto dos passeios públicos quanto da rede de drenagem, fundamentais para uma evolução consistente da nossa infraestrutura.
O prefeito Topázio Neto preconiza a cidade para as pessoas. A Prefeitura vai nesse caminho, investindo em novas obras, manutenção adequada e limpeza com todo aquele capricho para deixar Floripa cada vez mais acessível, inclusiva e maravilhosa.
Rafael Hahne é Secretário de Transportes e Infraestrutura e secretário de Limpeza e Manutenção Urbana de Florianópolis.