Por Gizelli Nader
A inteligência artificial tem desempenhado um papel cada vez mais importante em diversas áreas e tem o potencial de revolucionar os cuidados de saúde primários, com impacto positivo na gestão das operações de saúde.
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e demais profissionais envolvidos nesses cuidados, principalmente – e especialmente – os pacientes, podem se beneficiar em inúmeras frentes que, ao longo do tempo, juntas, vão otimizar de forma singular o atendimento.
Esse processo começa na coleta de dados do paciente no momento que ele é atendido. Isso significa mais do que obter um prontuário que contemple todas as necessidades e centralize as informações, as quais podem ser compartilhadas e estudadas ao longo de toda a sua jornada.
Significa ter como oferecer um serviço cada vez mais personalizado e humanizado, otimizar o tempo e a qualidade desse atendimento, a partir de diagnósticos mais precisos e da identificação precoce de doenças, por exemplo, com a possibilidade de tratamentos mais assertivos.
Com a ajuda da IA, é possível melhorar a qualidade desses registros, tornando-os mais completos e precisos, fazer uma melhor utilização de recursos e reduzir custos, ou seja, melhorar a eficiência dos cuidados de saúde. Nossa meta em 2024 é acelerar esse movimento digital e ter 100% do atendimento primário monitorado por IA.
Se a chamada medicina 3.0 trouxe os benefícios da personalização e humanização do atendimento, da abordagem multidisciplinar e do uso da tecnologia para identificar padrões e auxiliar os pacientes nos seus tratamentos, a medicina 4.0 quer ampliar os investimentos em tecnologia em busca de prevenção e da garantia do bem-estar físico e mental dos pacientes.
Com a IA, temos a possibilidade de reunir toda a gestão da saúde, do prontuário ao faturamento, dos indicadores aos gráficos comparativos, numa ferramenta que nos permite identificar diferentes cenários, agregar valor à nossa visão analítica e melhorar cada vez mais a qualidade dos nossos serviços.
Quanto mais informações – o mercado de saúde carece de dados –, maior a possibilidade de construir modelos de gestão para o cuidado dos pacientes que possam, ao mesmo tempo, permitir às operadoras de saúde traçarem metas com mais objetividade, gerar indicadores para sua atuação e para o segmento como um todo e, no longo prazo, ter autonomia em relação à coleta de informações para evoluir.
Há muito a ser feito no segmento de saúde suplementar. Acreditamos no potencial da tecnologia desde a nossa fundação e temos que abraçar a oportunidade de potencializar ao máximo o seu uso. O melhor atendimento alinhado à diminuição do custo com assistência, mostrará ao gestor o quão vantajoso é investir no atendimento primário.
Gizelli Nader é diretora de Estratégias Organizacionais e Operações em Saúde da Qualirede.