Importação de banana do Equador preocupa produtores catarinenses

O deputado federal Pezenti (MDB-SC) criticou a decisão anunciada pelo governo brasileiro de autorizar a retomada da importação de banana do Equador. Para o parlamentar, a medida coloca em risco a produção nacional, abre as portas para pragas e doenças inexistentes no Brasil e pode comprometer o sustento de milhares de famílias de agricultores.

”Uma decisão vai colocar em risco toda produção de banana do país”, alertou Pezenti.

Santa Catarina é hoje o maior produtor de banana do Sul do Brasil e o quarto maior do país, atrás apenas de Bahia, São Paulo e Minas Gerais. De acordo com a Epagri/Cepa, em 2023 o estado colheu mais de 730 mil toneladas de banana, com destaque para os municípios de Corupá, Massaranduba, Jaraguá do Sul e Luiz Alves, que juntos respondem pela maior parte da produção. O setor envolve cerca de 30 mil famílias catarinenses, em sua maioria agricultores familiares.

“Estamos falando de uma atividade que gera emprego, renda e exportação. Só em Santa Catarina, milhares de famílias dependem da banana. São 28 mil hectares. O Brasil não precisa importar. Somos autossuficientes e ainda exportamos para América do Sul, Europa, América do Norte e África. A decisão de Lula é equivocada e ameaça uma cadeia produtiva inteira”, destacou Pezenti.

O deputado também lembrou os riscos fitossanitários da importação. Entre eles, o vírus do Mosaico das Brácteas da Bananeira (BBrMV), variantes agressivas da Sigatoka Negra e o fungo Fusarium TR4 – conhecido como Mal do Panamá –, que pode inviabilizar plantações de forma definitiva.

“A Rússia já barrou a banana equatoriana por risco de contaminação, e o governo brasileiro quer abrir as portas? Isso pode custar caro para o consumidor, que pode ver o preço do quilo da fruta chegar a R$ 25, como acontece em países dependentes de importação”, destacou.

Pezenti informou que já fez uma solicitação formal de audiência no Ministério da Agricultura para debater o tema com o ministro Carlos Fávaro. “Confio que o ministro será sensível. Não podemos brincar com a segurança alimentar do Brasil e nem comprometer o futuro de mais de 500 mil famílias ligadas à bananicultura em todo o país”, concluiu.

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