O prefeito de Chapecó e pré-candidato ao governo de Santa Catarina, João Rodrigues (PSD), fez duras críticas ao Governo do Estado ao comentar a apresentação do governador no Congresso Nacional sobre os índices de segurança pública. Em entrevista à Rádio Condá FM, Rodrigues questionou a atribuição dos resultados positivos exclusivamente à gestão estadual e afirmou que, em cidades como Chapecó, o desempenho na área não seria fruto da atuação do Executivo catarinense.

Segundo o prefeito, o Estado teria hoje menos efetivo das polícias Militar e Civil do que em 1990, o que, na avaliação dele, contradiz o discurso oficial de fortalecimento da segurança pública. João Rodrigues citou ainda problemas estruturais, como a interdição temporária da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Chapecó devido a infiltrações, além de dificuldades em unidades prisionais. Para ele, os bons indicadores de segurança seriam resultado do comprometimento dos policiais, da atuação da Guarda Municipal e do envolvimento da comunidade, e não de ações diretas do governo estadual.
“O mérito é do conjunto da obra, principalmente dos municípios e das pessoas que fazem a segurança acontecer no dia a dia. Há muita publicidade tentando assumir o mérito do outro”, afirmou o prefeito, que também mencionou a redução do número de beneficiários do Bolsa Família em Chapecó como exemplo de política pública conduzida sem participação do Estado.
Em resposta, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da 12ª Delegacia Regional de Polícia de Chapecó, divulgou nota oficial rebatendo as declarações. O órgão afirmou que as críticas desconsideram mudanças estruturais ocorridas nas últimas décadas e apresentou dados que apontam crescimento do efetivo policial. Segundo a instituição, em 1990 a Polícia Civil contava com 2.346 policiais, enquanto atualmente soma 3.147 servidores, número que deve chegar a 3.547 com novas nomeações previstas para 2026.
A nota também destacou investimentos recentes, como a nomeação de 93 delegados, 33 psicólogos policiais e a autorização de concurso público para 300 vagas de agentes e escrivães. De acordo com a Polícia Civil, essas medidas fazem parte de uma estratégia de fortalecimento institucional, após anos sem concursos em algumas carreiras.
Sobre a DPCAMI de Chapecó, a Polícia Civil esclareceu que os danos registrados foram causados por fortes chuvas no início de dezembro e que uma empresa já iniciou os trabalhos de recuperação, garantindo a continuidade dos atendimentos. Por fim, a instituição reafirmou que Santa Catarina mantém-se, pelo quarto ano consecutivo, como o estado mais seguro do Brasil, resultado que atribui ao trabalho integrado das forças de segurança e aos investimentos do Governo do Estado.





