Jorginho ignora ato de repúdio a 8/1. Veja o que disseram políticos de SC

O catarinense Jorginho Mello (PL) foi um dos governadores ausentes no ato realizado em Brasília para marcar a passagem de um ano dos atos golpistas contra a sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O evento contou com a presença do presidente Lula (PT), do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) – respectivamente, chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A oposição, especialmente as lideranças ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), boicotou o evento. Jorginho sequer se manifestou sobre a data ou sobre o encontro em suas redes sociais.

Câmara Federal

No bloco petista, a deputada federal Ana Paula Lima relembrou uma manchete da operação lesa pátria e completa: “Sem anistia para os que tentaram destruir nossa jovem democracia!”

Por vez, Pedro Uczai foi além. Em vídeo, gravado no aeroporto, ele diz estar a caminho do ato, em Brasília, organizado pelo governo federal. Segundo ele, o povo catarinense e brasileiro “não tolera mais ditadura e autoritarismo. Queremos democracia e liberdade. Inclusive, sem anistia”, diz.

– Jamais deveremos esquecer o dia 8 de janeiro de 2023. O dia que alguns irresponsáveis tentaram um golpe nesse país. Mas os Três Poderes se sobressaíram e a democracia venceu. E, amanhã, quando completa um ano desse triste episódio, vamos gritar em alto e bom som: liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós. E viva a democracia! – finaliza o parlamentar em outra postagem.

No lado do PL, o deputado Daniel Freitas compartilhou uma postagem do PL nacional que afirma que, no dia 8 de janeiro de 2023, “o governo do PT protagonizava um dos maiores atentados à liberdade democrática” ao “prender patriotas que se mantiveram pacíficos durante as manifestações”.

Ainda, a postagem afirma repudiar os atos de vandalismo e pede “justiça para os inocentes”.

Há dois dias, Daniela Reinehr publicou apoio a um manifesto “em defesa da democracia e da constituição”, em resposta – e repúdio ao ato promovido pelo governo federal.

– Repudiamos também a atuação monopolista de um Poder sob pretexto de proteger a democracia, como se fosse o único detentor da prerrogativa, em total descaso com a harmonia entre os poderes da República e com o cidadão brasileiro que igualmente respeita este país. Qualquer tentativa de avocar para si a exclusividade deste direito, deve ser repudiada – escreve.

Júlia Zanatta, por vez, classificou o ato federal como “festinha de Lula”, “ilusão” e que não tem “apoio popular”.

– Como sempre a esquerda usa o aparato estatal para fazer revolução por meio da alteração dos fatos históricos. Não há nada o que comemorar, pois a JUSTIÇA foi abalada e tivemos prisões políticas. Mas a opinião popular sabe quem de fato não quis a verdade sobre o 8 de janeiro. Óbvio que existiu omissão por parte de quem já estava no poder no dia 8 de janeiro – escreve.

Ela relembra, ainda, que o primeiro ato dela em Brasília foi visitar os presos do 8 janeiro.

Zé Trovão, por vez, diz que não há “nada a se comemorar” na data.

Jorge Goetten (PL) e Caroline de Toni (PL) não se manifestaram.

Não se manifestaram os deputados Carlos Chiodini (MDB), Geovânia de Sá (PSDB), Darci de Matos (PSD), Valdir Cobalchini (MDB), Gilson Marques (Novo), Ismael (PSD) e Rafael Pezenti (MDB).

Senado

Esperidião Amin (PP) voltou a acusar omissão dos poderes federais sobre o ocorrido, o que “mereceria repúdio e condenação” tanto quanto os “vândalos”. Ainda, que estaríamos “assistindo ao espetáculo de condenações exorbitantes aplicadas em série a pessoas capturadas circunstancialmente”.

Jorge Seif (PL), voz do bolsonarismo catarinense no senado, comenta sobre o tema há dias – com pausa para lamentar a morte do ex-jogador Zagallo.

Segundo ele, as invasões do ano passado “não tinham como objetivo um golpe de Estado e os verdadeiros culpados não estão sendo investigados”. Ele também sublinha o manifesto que justifica ausência no ato desta segunda-feira.

– Um “golpe” sob o comando de um governo que foi permissivo, omisso, irresponsável e conivente. Um “golpe” de quem se diz defensor da democracia, mas enaltece o comunismo, um golpe de quem diz defender a liberdade, mas pratica a censura e viola os direitos humanos – escreve.

A senadora Ivete da Silveira (MDB) não se manifestou.


No ato “Democracia inabalada”, Barroso olha o colega Alexandre de Moraes discursar, Pacheco olha para frente e Lula olha para o lado. Jorginho foi um dos ausentes. Foto: Roque de Sá, Agência Senado.

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