Por Luciane Carminatti
O mês de março levanta importantes debates sobre o que já conquistamos como mulheres, nossos direitos e o que precisamos avançar para termos mais igualdade. Um deles é o direito que garantimos no Brasil há 92 anos de votar e de sermos votadas.
Mas, em quase um século, percebemos que nosso espaço ainda é pequeno na política e que nossa voz ainda não é ouvida. Isso porque, apesar de sermos maioria da população e, principalmente, de eleitoras, votamos em homens. Fomos acostumadas a isso e seguimos essa “tradição”. Mas é preciso mudar.
Precisamos resolver problemas sérios de equidade salarial, de acesso a serviços de saúde e, destaco aqui, de segurança pública. Somos referência em Santa Catarina em inúmeros indicadores, mas quando o assunto é a proteção das mulheres, convivemos com a vergonha de ver aumentar os números de agressões, de ameaças, de estupro, ano a ano.
Nosso estado não oferece a estrutura necessária de acolhimento às vítimas e de apoio financeiro para que possam se libertar dos agressores, das quais, muitas vezes, são dependentes economicamente.
Isso é reflexo também de um quadro constrangedor em Santa Catarina. Apesar de sermos 3,8 milhões de catarinenses, ou seja, 50,7% da população, conseguimos eleger somente 18,13% de vereadoras, 7,8% de vice-prefeitas e 9,76% de prefeitas.
Temos eleições este ano e o desafio é mudar esses números. Se queremos mais direitos, se queremos políticas públicas que atendam à nossa realidade, temos que apoiar mais mulheres em cargos públicos.
É urgente garantirmos um voto legítimo nas mulheres para 2024. Para que possam ser eleitas, tomarem posse e assumir um papel mais amplo nas políticas públicas.
Nossa voz precisa estar representada nas prefeituras e nas câmaras legislativas dos municípios.
Precisamos deixar de ser minoria para assumir o papel que nos cabe: de maioria da população e de eleitores.
Luciane Carminatti (PT) é deputada estadual.