Tragédia revela a força das lideranças comunitárias. Por Luciano Chaplin

Luciano Chaplin escreve artigo sobre o papel das lideranças comunitárias na ajuda ao Rio Grande do Sul e afirma que o poder público em Santa Catarina deixou de trabalhar em conjunto com as associações de bairro.

Luciano Chaplin escreve artigo sobre o papel das lideranças comunitárias na ajuda ao Rio Grande do Sul e afirma que o poder público em Santa Catarina deixou de trabalhar em conjunto com as associações de bairro.

Essa triste tragédia ocorrida com os nossos vizinhos gaúchos abalou a nossa nação, porém fez reacender nas pessoas algo que nós, lideranças comunitárias, já sabíamos: o poder transformador do trabalho em comunidade.

Pude presenciar de perto muitos grupos, associações e conselhos comunitários tomando a frente e chamando a responsabilidade para si. Seja fazendo vaquinha, buscando as doações, organizando espaço de coleta, formando parcerias, conseguindo transportes para levar as doações até o Rio Grande do Sul. Até organizando caravanas para ajuda braçal, trabalhando dia e noite para ajudar os desabrigados. 

Ver uma associação de bairro com apenas 240 associados encher dois caminhões de mantimentos, fazer Pix para arcar as despesas de ida e volta, ainda enviar mais duas veterinárias do bairro. Ver comunidades se unindo e juntas reconstruírem o acesso destruído da única via que levava a Caxias do Sul. Ver outra comunidade junta reconstruir uma ponte. Tudo isso sem o apoio dos órgãos públicos, o que nos faz pensar sobre a força que temos e não sabemos.

É isso que acreditamos e que agora se torna realidade para muitos que desconfiavam do poder das comunidade organizadas em grupos ou entidades associativas. Mostramos nossa importância e ensinamos como como se faz.

Pena que políticas de incentivos e parcerias do poder público com as lideranças comunitárias foram deixadas para trás. Hoje não vejo órgãos públicos chamando as associações de bairro para uma reunião, para uma parceria junto as comunidades, cada vez se afastam mais.

Um exemplo são os mutirões, onde todos se juntavam para calçar uma rua, efetuar a limpeza de espaços públicos ou levar cursos técnicos para a sua comunidade. Não existem mais. Parcerias entre os indivíduos e as organizações que se uniam para combinar recursos, conhecimento, habilidades e conquistar resultados incríveis que sozinhos jamais alcançariam, foram esquecidos.

Tudo nas mãos do Estado

Hoje tudo está nas mãos do Estado, ele define o que é bom para você sem querer saber sua opinião, ele é que decide se sua demanda é prioridade ou não, e, na maioria das vezes diz não ter recursos para a execução das obras para o seu bairro.

Com união e trabalho em conjunto do Estado com as lideranças comunitárias é possível superar obstáculos, atingir metas ousadas e promover soluções de forma eficiente e duradoura. Ao unir forças e trabalhar lado a lado em harmonia com as comunidades, os resultados se potencializam e um ambiente fértil para inovação e o crescimento se forma para todos os envolvidos.

No dia que a gestão pública voltar a valorizar a união, a cooperação e a interação com os bairros, abriremos caminho para um futuro de soluções, resultados e oportunidades para todos.


Luciano Chaplin (Republicanos) é presidente do Conselho Comunitário do Balneário Daniela e Conseg Jurerê e pré-candidato a vereador em Florianópolis.

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