A tão especulada vaga para Décio Lima no governo Lula é a cadeira de diretor-presidente do Sebrae Nacional. Segundo colocado na disputa pelo governo do Estado em 2022, posição inédita para um petista em Santa Catarina, o ex-deputado federal e presidente do PT-SC ganhou capital político e chegou a ser citado para integrar o ministério. Se for confirmado no cargo, vai administrar um orçamento de pouco mais de R$ 5 bilhões anuais para o fomento ao empreendedorismo, com uma rede capilarizada de 2.649 pontos de atendimento espalhados pelo país. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas faz parte do chamado “sistema S”, que é financiado por contribuições compulsórias de empresas.
A definição do nome de Décio Lima para a posição foi confirmada por Paulo Okamoto, diretor-presidente do Sebrae durante os dois primeiros mandatos de Lula, entre 2003 e 2010. Ao jornal Folha de S. Paulo, ele citou a cultura catarinense de pequenos negócios como um dos atributos do petista para a vaga. Segundo Okamoto, “Santa Catarina é um exemplo de pequenos negócios na agricultura, no comércio e na indústria. Com ele lá, queremos fazer mais e melhor”.
No entanto, a definição por Décio Lima no comando do Sebrae nacional depende de uma articulação para afastar do comando da entidade o atual diretor-presidente, Carlos Melles. Os três diretores têm mandato de quatro anos e foram definidos ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), já no período de transição, sob protestos dos petistas – em especial o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que pediu à presidência do conselho que a eleição fosse adiada, para que o novo governo pudesse nomear os novos dirigentes. A nomeação de Melles aconteceu no final de novembro.
Para reverter a decisão, o governo Lula precisa da aprovação de 11 dos 15 conselheiros na reunião extraordinária do conselho do Sebrae marcada para 8 de março. O governo federal controla cinco votos no conselho e conseguiu apoio de mais três conselheiros para chegar aos oito necessários para convocar a reunião. Okamoto trabalha para chegar aos 11 votos. O ex-dirigente defende que a diretoria do Sebrae “precisa muito de trânsito com o governo”. Para Okamoto, os atuais diretores “têm que se tocar que precisam pegar o boné e se mandar”.
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Décio Lima na espera para assumir o Sebrae nacional. Foto: Divulgação.