O maior encontro de cidades do Brasil foi também, em 2025, um marco para a representatividade feminina. Ao todo, 213 mulheres passaram pelos palcos do Summit Cidades, ocupando espaços de protagonismo nos debates sobre inovação na gestão pública, empreendedorismo, comunicação, políticas sociais e transformação de territórios.
Entre os destaques dessa edição, quatro mulheres compartilharam suas experiências com exclusividade para o Upiara.net, reforçando que fazer política com sensibilidade, estratégia e conhecimento técnico não é apenas possível, mas essencial para construir cidades mais justas, humanas e inteligentes.
Marcilei Vignatti: “Não é mais possível fazer eventos sem a participação das mulheres”
Presidente da UVESC (Federação das Câmaras de Vereadores de Santa Catarina), Marcilei Vignatti esteve à frente de um dos estandes mais movimentados do evento, além de participar ativamente nos palcos e debates. Para ela, o Summit 2025 consolidou o espaço feminino na política e na gestão pública:
“Foi possível perceber mulheres da ciência, da iniciativa privada, do setor público e da academia participando de forma democrática. Isso demonstra a grandeza do Summit, pois reconhece que não é mais possível fazer eventos sem a contribuição feminina.”
Marcilei também destacou a força coletiva que esteve nos bastidores do evento:
“Tinha um conjunto enorme de mulheres por trás dos palcos, contribuindo para que o evento também se tornasse uma realidade. Foi um momento importante para todas nós.”
Andréa Vergani: “Não podemos continuar à margem dos debates que definem os rumos das nossas cidades”
Diretora de Micro e Pequenos Negócios da Prefeitura de Florianópolis, Andréa Vergani abordou, em sua palestra, o papel do empreendedorismo e da empregabilidade como vetores de transformação social. Em entrevista ao Portal Upiara.net, ela celebrou o avanço na ocupação feminina nos espaços de decisão, mas também apontou os desafios que ainda persistem:
“Durante muito tempo, a ausência feminina nesses espaços não foi coincidência — foi consequência de estruturas que historicamente invisibilizaram as vozes femininas. Ver esse cenário mudar, ainda que lentamente, é motivo de celebração.”
Andréa defende que a presença de mulheres na formulação de políticas públicas beneficia toda a sociedade:
“Onde há mulheres, há mais inovação, empatia, compromisso com a coletividade e justiça social. A equidade de gênero não é um favor às mulheres, é um direito assegurado constitucionalmente.”
Bela Rodrigues: “A gente entrega política com capricho, estratégia e identidade”
Administradora Pública e assessora de comunicação, Bela Rodrigues marcou presença pelo segundo ano consecutivo no Summit Cidades. Em 2025, sua palestra destacou os bastidores da produção de conteúdo político e a importância da comunicação autêntica em tempos de caos digital. Para ela, estar no evento é mais do que reconhecimento profissional — é inspiração:
“Foi uma oportunidade ímpar de mostrar que sabemos fazer política com o capricho feminino, entregando estratégia e comunicação para todos. E, mais que isso, inspirando outras mulheres que pensam em seguir por esse caminho.”
Ana Maria Veiga: “Não estávamos ali para cumprir cota — estávamos porque temos conteúdo, experiência e voz”
Gerente de Marketing da Havan e especialista em comunicação digital, Ana Maria Veiga trouxe um olhar estratégico sobre o impacto da autenticidade nas redes sociais e o peso de se posicionar em um ambiente polarizado. Em sua análise, o Summit mostrou maturidade ao dar voz a diferentes pensamentos femininos:
“O Summit deu espaço para mulheres. E não estávamos ali para cumprir cota, e sim porque temos conteúdo, experiência e voz. Foi uma experiência muito positiva fazer parte disso.”
Ela também ressaltou o papel da comunicação digital sob a ótica feminina:
“As redes sociais são a nova ágora grega. Trazer a perspectiva feminina para esse debate é importante, porque muitas vezes somos nós que entendemos as dores do dia a dia e conseguimos, com sensibilidade e estratégia, humanizar a comunicação política.”
Um palco com pluralidade, técnica e sensibilidade
O número expressivo de 213 mulheres palestrantes no Summit Cidades 2025 não é apenas estatístico — é simbólico. Representa uma virada de chave na forma como os grandes eventos públicos reconhecem, valorizam e escutam as contribuições femininas. Da política à ciência, da comunicação à gestão pública, as mulheres estão não só ocupando o palco, mas redesenhando os caminhos para o futuro das cidades brasileiras.
