O feriado da Independência, neste 7 de setembro, foi palco de manifestações com pautas antagônicas em Santa Catarina e em outros pontos do Brasil. Enquanto apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às ruas com foco na anistia aos presos do 8 de janeiro, grupos de esquerda realizaram o tradicional “Grito dos Excluídos”, levantando bandeiras por moradia e direitos trabalhistas.
Em Florianópolis, o ato da direita se concentrou na Avenida Beira-Mar Norte. Com um trio elétrico, os manifestantes, vestidos majoritariamente com as cores da bandeira do Brasil, ouviram um áudio de Jair Bolsonaro. A manifestação teve um caráter pacífico e reuniu apoiadores do ex-presidente de diversas cidades do estado.
O ato contou com a presença do governador Jorginho Mello (PL), do prefeito Topázio Neto (PSD), do senador Jorge Seif (PL), do deputado federal Daniel Freitas (PL) e do deputado estadual Alex Brasil (PL). Filhos de Jair Bolsonaro, os vereadores Carlos Bolsonaro (Republicanos, do Rio de Janeiro) e Jair Renan Bolsonaro (PL, de Balneário Camboriú) também estavam no palanque.
Paralelamente, diversas cidades catarinenses registraram o “Grito dos Excluídos”. Em Florianópolis, o ato, organizado por movimentos sociais e sindicais, iniciou com uma concentração no centro da cidade. Em Itajaí, manifestantes ocuparam um prédio abandonado como forma de protesto por políticas de moradia. A principal reivindicação do grupo foi o fim da escala de trabalho 6×1, além de outras pautas ligadas aos direitos dos trabalhadores e das minorias.
Em São Paulo, Tarcísio faz discurso “bolsonarista”
O maior ato de apoio a Jair Bolsonaro ocorreu em São Paulo, na Avenida Paulista. Milhares de pessoas se reuniram no local, onde a pauta principal, ecoada por políticos e lideranças presentes, foi a pressão por uma anistia aos condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Visualmente, o ato foi marcado pela predominância do verde e amarelo e pela exibição de uma bandeira dos Estados Unidos de grandes dimensões, que foi estendida sobre parte dos manifestantes.
O ato de São Paulo teve como destaque o discurso do governador paulista Tarcísio de Freitas em alinhamento com as teses do bolsonarismo – inclusive no tom duro contra o Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes. Pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto de lei de uma “anistia ampla” aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023, e disse que o único candidato da direita é Bolsonaro.
– Presidente de Casa nenhum pode conter a vontade da maioria do plenário. Então, Hugo Motta, paute a anistia. Deixa a Casa decidir. Tenho certeza que ele vai fazer isso – afirmou.
Em Brasília, o “Grito dos Excluídos” tomou a Esplanada dos Ministérios. Com o lema “Brasil é do Povo”, a manifestação na capital federal criticou políticas governamentais e defendeu mais investimentos em áreas sociais. Os participantes, ligados a diversos movimentos populares, levaram faixas e cartazes com reivindicações por emprego, reforma agrária e contra a fome.
