Micro Crédito e Macro Emprego. Por Ivonei Barbiero

Artigo de Ivonei Barbiero, Presidente da AMCRED-SUL

A economia é uma ciência que atua de forma harmoniosa através de um sistema de vasos comunicantes e que se traduz em resultados que ganham significado. Vemos, por exemplo, Santa Catarina ter ultrapassado a marca de 256 mil empresas abertas entre janeiro e outubro de 2025, estabelecendo um recorde histórico de empreendedorismo.

No contraponto, tivemos até setembro deste ano em SC, segundo dados da AMCRED-SUL, um volume de recursos da ordem de R$ 65 milhões em operações financeiras de microcrédito do programa Juro Zero. Em relação a agosto foi registrado crescimento de 7,4%. Operado pelo Governo do SC através do Badesc, o Juro Zero atua numa faixa restrita para pequenos negócios, com teto de R$ 5 mil em cada operação.

Ainda segundo a Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (Jucesc), deste total, os microempreendedores individuais (MEIs), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) representam 95% da abertura de CNPJs.

O volume de novos negócios é o maior já registrado em um ano em toda a série histórica, o que, segundo a Jucesc, acompanha os bons índices da economia catarinense, que cresce acima da média nacional e conta com a maior formalidade do país.

Outro dado relevante nessa conexão, é a atividade econômica de Santa Catarina em geral, que acumula alta de 4,9% em 2025, conforme o Banco Central, com elevação acima da média brasileira nos setores de indústria, comércio e serviços.

O bom momento econômico vivido por SC, com dados positivos no consumo e abertura de novos negócios, principalmente as micro e pequenas empresas, renova as aspirações de que a curva de crescimento se mantenha e, neste particular, o papel das microfinanças é crucial. Chega a ser um fator decisivo para o empreendedor registrar seu novo negócio.

O balanço consolidado com dados fornecidos pelas 15 organizações associadas indica que desde 2011 o Juro Zero selou 203.517 operações alcançando volume de recursos emprestados de R$ 771,3 milhões.

A nosso ver, se trata de um momento perfeito para o Governo do Estado, que já garantiu a continuidade do Juro Zero para 2026, estabelecer um novo teto para empréstimos. Desde a última movimentação em 2020 o valor já acumula uma defasagem de 37%. Considerando todos os fatores já mencionados forma-se uma sólida justificativa para sua atualização.

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