Nas mãos de Topázio, assistência e acolhimento viram ferramenta para excluir pobres. Por Roberta Zimmer

Artigo de Roberta Zimmer, Presidente do Sintrasem

A operação de “controle migratório” de quem chega a Florianópolis pela rodoviária, defendida pelo prefeito Topázio Neto, escancara o uso da assistência social como arma para fazer política e marketing com o sofrimento humano.

A política pública de um município deve garantir acolhimento e dignidade. Na cartilha do capital seguida por Topázio, entretanto, ela se transformou em instrumento de exclusão flagrantemente inconstitucional.

O que o governo chama de gestão moderna é o velho projeto de cidade para poucos.

Nesta verdadeira guerra aos pobres, Topázio leva Florianópolis novamente aos holofotes nacionais – como já fez ao proibir a distribuição de alimentos por ONGs e defender a internação compulsória.

Ao mesmo tempo, equipamentos historicamente constituídos para garantir dignidade à população em situação de vulnerabilidade – como o Centro POP e a Passarela da Cidadania – caem aos pedaços, submetidos ao abandono.

Hoje, trabalhadores da Assistência Social sofrem com a falta de estrutura básica para realizar atendimentos, como telefone, carro e salas apropriadas.

Ou seja: Topázio diz “cuidar das pessoas”, mas corta verbas e estrutura dos serviços que realmente cumprem esse papel. Em vez de acolher, ele filma, expõe nas redes sociais e manda embora da cidade.

O Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis) repudia essa prática e denuncia o abuso de poder. Trabalhadores e recursos da Assistência Social não podem ser usados em uma ação que desvia o dinheiro público de sua finalidade para atacar diretamente os direitos humanos.

Proteção social não é vitrine eleitoral, propaganda nem mecanismo para definir quem tem ou não autorização para viver em Florianópolis.

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