O Censo mostra, mas poucos sabem

Santa Catarina é um Estado de referência em muitos aspectos. Diversos indicadores revelam que aqui o nível de desemprego é o menor do País; que a desigualdade de renda é uma das mais baixas dentre todos os Estados brasileiros; que somos o Estado mais seguro da federação; que SC é o local com maior demanda para morar!

Enfim, não faltam adjetivos positivos. E nada disso está errado.

Mais: em recente pesquisa feita pela consultoria de gestão reputacional Critério Resultado em Opinião Pública, com 600 pessoas – uma base muito pequena, é verdade – ainda nos diz que SC é percebida como local próspero.

Os entrevistados relacionam três fatores para o desenvolvimento pessoal: o trabalho, a determinação pessoal e a educação como base.

É exatamente este o ponto central da argumentação que segue neste texto.

Sim, educação é fator decisivo para uma sociedade progredir. Não há dúvida sobre isso.

O que impressiona negativamente, então, são os dados oficiais do Censo do IBGE (2023).

Vamos a eles.

No Estado de Santa Catarina, mais da metade da população adulta (52 por cento) não concluiu o segundo grau, chamado de ensino médio.

São 2.869.023 catarinenses nesta situação.

Pior: 1.540.856 adultos moradores nos 295 municípios de Santa Catarina sequer terminaram os estudos do ensino fundamental: até o atual nono ano.

Mais ainda: há 165.186 catarinenses com mais de 15 anos analfabetos.

Então, isso explica o desespero dos empresários em busca de mão de obra qualificada nestes tempos em que ter crescente domínio das tecnologias passa a ser essencial. Bem, se falta instrução básica, como ter domínio de tecnologias avançadas?

Não foi por acaso, que há uma década a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina fez longa e intensiva campanha publicitária para incentivar a elevação do nível de educação.

Os empresários sabiam, e sabem ainda, que para competir com concorrentes na era da globalização, melhorar o padrão do ensino básico é absolutamente decisivo.

E a FIESC fez sua parte. Só nos últimos sete anos, a Federação das Indústrias investiu R$ 1 bilhão e 500 milhões, com destaque para ensino e tecnologia em equipamentos do Sesi e Senai. Se SC é um local diferenciado em vários aspectos, e, recentemente passou a ser destino preferencial de brasileiros e de sul americanos, está na hora de melhorar índices educacionais também.

Parece óbvio que não basta ser um dos melhores Estados do País quando a comparação é com ambientes sociais com bem menos instrução formal.

Hora de darmos atenção prioritária para o ensino público estadual, o conhecido ensino médio. Que é gratuito. E precisa melhorar.

Efapi em Joinville

Os organizadores da Efapi, a maior feira do Oeste de Santa Catarina, lançam o evento, em Joinville, nesta quarta-feira, dia 20 de agosto.

O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, virá a Joinville. Pré-candidato a governador, vai “sentir o clima” na cidade mais populosa do Estado.

A Efapi 2025 será de 10 a 19 de outubro, em Chapecó. A ambição é grande: a feira multissetorial pretende reunir 500 mil pessoas e gerar negócios de R$ 800 milhões.

Custo Eduardo

O que dá para fazer com 30 bilhões de reais em obras de infraestrutura, melhoria nos padrões da saúde pública, só para ficarmos em dois fatores essenciais para o desenvolvimento do país?

Pois é este o valor que o governo federal vai bancar para socorrer empresas e empregos por causa do tarifaço de 50 por cento sobre as exportações imposto pelo governo Trump, com inspiração de Eduardo Bolsonaro.

Não atenda

A Anatel mudou a regra do jogo e as ligações telefônicas do telemarketing de empresas de todos os tipos não precisam mais usar o prefixo 0303.

Muitas delas já não cumpriam a norma, mesmo.

Agora vai piorar. Para preservar a saúde mental, o indivíduo tem uma solução simples: não atender ligação de número que não está na sua lista de contatos.

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