
Joinville terá um protagonismo feminino em uma eleição estadual. O desempenho ou o resultados nas urnas colocará em evidência quem chega forte para a sucessão do prefeito Adriano Silva em 2028. Faltando um pouco menos de um ano para a eleição tudo que se fala ou cogita é, por enquanto, exercício de futurologia e na política projetar o futuro é fundamental para haver um mínimo de planejamento.
Em 2026, em Joinville, haverá uma disputa que pode ser bem particular e terá, com certeza, reflexos na próxima eleição municipal. Será um duelo inédito na política joinvilense. De um lado a vice-governadora Marilisa Boehm (PL) e do outro a vice-prefeita Rejane Gambin (NOVO). As duas são pré-candidatas a deputada federal.
O grande teste
A eleição do próximo ano será o grande testes para essas duas mulheres que hoje estão no protagonismo da política joinvilense. Elas nunca foram testadas de fato pelas urnas, como candidatas solo. A ex-delegada Marilisa Boehm sempre circulou pela política partidária. Foi delegada regional em Joinville, mas apareceu mesmo na política na eleição municipal de 2016 como uma excelente vice do candidato e ex-prefeito Marco Tebaldi, mas não chegou ao segundo turno.
Em 2022, a consagração ao se eleger na chapa de Jorginho Mello como vice-governadora de Santa Catarina. Marilisa sonha com a vaga na Câmara Federal, no entanto, integrantes do governo querem ela na disputa da Assembleia Legislativa, onde teria mais chances de vitória.
Rejane e a missão partidária
A jornalista Rejane Gambin precisa ser testada nas urnas. No meio de uma certa desconfiança do seu potencial eleitoral, Rejane vem apoiada pela popularidade de Adriano Silva e do governo do qual participa ativamente.
A sua popularidade, vinda dos tempos de apresentadora de TV, já se confundem com sua participação sóbria como gestora e fidelidade incondicional ao prefeito. É o nome certo do Novo para a importante missão partidária de eleger deputados federais.
Protagonismo feminino
A política é um meio permeado por homens, com lideranças partidárias e integrantes da gestão majoritariamente masculina. Joinville pode, e deve, ter lideranças femininas mais consolidadas. Estamos no caminho. Temos duas vices emblemáticas e uma senadora da república, Ivete da Silveira, viúva de Luiz Henrique da Silveira. Para a eleição do próximo ano, o protagonismo feminino ganha novos capítulos com olho na performance eleitoral.
Mulher, negra e o voto da esquerda

A vereadora Vanessa da Rosa é o principal nome do PT para a Assembleia Legislativa. Na última eleição estadual ficou na suplência e chegou a assumir como deputada, com um mandato marcado com a segunda mulher negra no cargo na história de Santa Catarina.
Em 2024, elegeu-se com apoio do ex-prefeito Carlito Merss como a única vereadora do partido e chega como um nome certo entre o eleitorado feminino de esquerda. Em dobradinha pode ter como companhia a ex-vereadora Ana Martins, que já se anuncia pré-candidata a Câmara Federal.
Nova presidente da Câmara de Vereadores

O presidente da Câmara de Vereadores, Diego Machado, assumirá o cargo de prefeito a partir do dia 1o de novembro devido a viagem do prefeito e da vice ao exterior. Com isso, abre espaço para a vice Tânia Larson (União) ser presidente da Câmara Vereadores pelo período de 10 dias. Um ato emblemático de uma mulher liderar a casa legislativa, mesmo por pouco tempo. Em um ambiente naturalmente masculinizado, ter mulheres no topo do poder sempre é um momento para exaltar. Tânia também é o nome feminino para uma vaga à Assembleia Legislativa.
E a Ivete?

Quem pode entrar neste duelo particular é a senadora Ivete Silveira (MDB). A viúva de Luiz Henrique começou a gostar do protagonismo político, de distribuir verbas aos municípios e sair da sombra dos mitos políticos. A idade e as longas viagens a Brasília tem sido um fardo pesado.
Cogita-se ser um nome forte para ser vice de Jorginho em 2026. Porém, existe possibilidade de disputar uma vaga na Assembléia Legislativa, mas é um tabuleiro difícil para montar dentro do MDB de Joinville que já tem o deputado Fernando Krelling, além do vereador e atual deputado Adilson Girardi como pré-candidatos. Inegável é a viabilidade de Ivete da Silveira em uma disputa à Assembleia.
O que é Finório? O pai dos burros esclarece.

Confesso que fiquei intrigado se o ex-governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) havia elogiado ou criticado ao considerar o governador Jorginho Mello como um finório em entrevista para Upiara, no lançamento da nova fase deste portal. Ele mesmo mandou procurar a expressão no dicionário para entender o significado.
Como meu dicionário está virado em traças e deve estar jogado em alguma gaveta, fui ao velho e bom Google pesquisar. Descobri que finório é a pessoa astuta, matreira, ardilosa, dissimulada e habilidosa que usa da humildade para ludibriar os outros. Em outra pesquisa também descobri que na política finório pode significar “o político hábil em manobras e estratégias para alcançar seus objetivos”.
É, o ex-governador pode ter razão, mas cabe saber se era elogio ou crítica.
Até a próxima segunda. Sempre às 7.