A Coluna Política & Agro esteve presente na audiência pública realizada nesta quinta-feira (25), na Câmara dos Deputados, pela Frente Parlamentar Mista pela Inovação na Bioeconomia (FPBioeconomia). O debate girou em torno do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio), instrumento que traçará as diretrizes brasileiras da bioeconomia para os próximos 10 anos, em um setor capaz de transformar biodiversidade em prosperidade, gerar empregos e injetar bilhões no PIB nacional.

Diálogo em construção
A audiência reuniu representantes de quatro ministérios (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Fazenda; Meio Ambiente; e Agricultura e Pecuária), além de pesquisadores da Embrapa, lideranças do setor produtivo e sociedade civil. O objetivo foi alinhar as contribuições que seguem em consulta pública até 4 de outubro.
“A audiência foi espaço de diálogo entre governo, setor produtivo, academia e sociedade civil. Nossa visão é que o PNDBio seja instrumento de longo prazo para consolidar o Brasil como potência da nova economia, conciliando crescimento e preservação ambiental”, destacou o presidente executivo da ABBI, Thiago Falda.
“O PNDBio só faz sentido se construído de forma participativa. Trata-se do desenvolvimento de novas economias no país”, reforçou a secretária nacional de Bioeconomia do MMA, Carina Pimenta. Ela lembrou ainda que “não é apenas tema do presente, é estratégia para o futuro, e o Brasil está na vanguarda”.





Imagens: Letícia Schlindwein
A ponte entre preservação e produção
O grande diferencial desse processo deve ser a virada de chave: o entendimento crescente entre ambientalistas e o agronegócio.
Em outro debate sobre o PNDBio, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, defendeu que produção de alimentos e preservação ambiental não são contraditórias, desde que haja transferência de tecnologia e incentivo a boas práticas agrícolas.
“Há esforços que precisam ser incentivados para a massificação de boas práticas agrícolas para cada vez mais agregar sustentabilidade à atividade rural”, disse Lourenço.
Bilhões para o PIB
De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), a bioeconomia pode injetar até US$ 593 bilhões por ano no PIB brasileiro até 2050, caso o país consiga consolidar investimentos e avançar em ações estruturais.
Próximos passos
Entre os eixos destacados estão:
- Expansão das biorrefinarias sustentáveis;
- Incentivo a sistemas agroflorestais e novas culturas adaptadas às mudanças climáticas;
- Fortalecimento do crédito para comunidades amazônicas e povos tradicionais;
- Modernização da infraestrutura de produção e escoamento da biomassa.
Um marco para o Brasil
O PNDBio será uma das principais credenciais brasileiras apresentadas na COP30, em Belém. Mais do que um plano setorial, representa uma estratégia nacional de desenvolvimento sustentável, capaz de reposicionar o Brasil como líder global na economia de baixo carbono.
Preservação e Progresso
Ao acompanhar de perto esta audiência, ficou evidente que o Brasil está diante de uma oportunidade histórica: unir ciência, agro e meio ambiente em uma mesma agenda. A bioeconomia é a ponte entre preservação e progresso — e, com os investimentos certos, pode transformar nossa biodiversidade no motor de um novo ciclo de prosperidade para o país.