O futuro do trabalho e o olhar atento no Governo do Estado. Por Marcelo Fett

Por Marcelo Fett

O mercado de trabalho passa por importantes transformações impulsionadas pela inovação tecnológica e digital.  Estima-se que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas. Este é o resultado de um estudo encomendado pela Dell Technologies para o IFTF (Institute for the Future). A tecnologia já promove formas de trabalho integradas com os humanos, gerando ferramentas fundamentais para aumento de performance e produtividade. Nos próximos anos, o crescente processo de neoindustrialização e novas tecnologias irão otimizar ações e redesenhar profissões.

No mesmo sentido, relatório anual, divulgado em 2023, do Fórum Econômico Mundial apontou profissões emergentes – e também aquelas que devem desaparecer – nos próximos cinco anos. As primeiras colocadas na lista de profissões com potencial de crescimento são: especialistas em Inteligência Artificial (AI) e Machine Learning; Especialistas em sustentabilidade, Analistas de business intelligence (BI); Analistas de segurança da informação e Engenheiro de fintech. O relatório aponta ainda que a inteligência artificial deve ser adotada por quase 75% das empresas pesquisadas e que leve a uma alta rotatividade, sendo que 50% das organizações esperam que ela gere crescimento de empregos e 25% esperam que ela gere perda de empregos.

Por outro lado, especialistas projetam que a tecnologia não irá necessariamente substituir os profissionais. As empresas tendem a procurar cada vez mais colaboradores para executar tarefas específicas e não mais ocuparem uma posição. As competências sócio emocionais tendem a ser valorizadas, como por exemplo, a empatia, comunicação eficaz, flexibilidade e resiliência, pensamento criativo, resolubilidade e ética.

Citando a metáfora do filósofo Mário Sérgio Cortella, que “vaca não dá leite”, estas oportunidades no mercado de tecnologia também não surgem sem esforços. É fundamental que as pessoas queiram efetivamente buscar as competências necessárias para a nova economia. Ao Estado, cabe formular políticas públicas alinhadas com estas transformações, garantindo investimentos para formação de capital humano e acesso à educação. Sob a liderança do governador Jorginho Mello, já foram dados passos importantes neste sentido, como o programa Universidade Gratuita e programa que incentiva a educação empreendedora para qualificação profissional em parceria com o SENAI.

Na Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação, um dos pilares do programa Santa Catarina Inovadora é oportunizar a formação de talentos para o mercado da tecnologia que está em constante crescimento.  Segundo mapeamento recente da ACATE, existirão mais de 16 mil vagas demandadas por empresas de tecnologia de Santa Catarina até 2030.

Este olhar do governo catarinense para o futuro do trabalho vai além. Ajuda a promover oportunidade de fortalecimento social, permitindo a inclusão de minorias em um mercado altamente capacitado, com renda pelo menos duas vezes maior que a média nacional.

Mas independente da escolha da profissão, vale lembrar a lição de Martin Luther King: “Se lhe pedirem para ser varredor de ruas, varra as ruas como Michelangelo pintava, como Beethoven compunha ou como Shakespeare escrevia”.


Marcelo Fett é secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação

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