O lado bom da política: Uma reflexão necessária. Por Michell Sombrio

Michell Sombrio escreve artigo sobre a importância do voto consciente e do diálogo na política, criticando a priorização de números em detrimento da qualidade das propostas e defendendo a busca por representantes comprometidos com o bem comum e a transformação social.

A política, muitas vezes vista com desconfiança e descrença, ainda guarda em seu cerne a capacidade de transformação positiva. No entanto, esse potencial só se realiza quando a boa política prevalece, e ela só é possível através do diálogo, da construção conjunta, e da escolha consciente de quem nos representa.

Nos últimos tempos, tem sido cada vez mais evidente a busca por números nas bancadas federais. Essa corrida pelos resultados numéricos, interessando apenas aos partidos políticos, distorce a essência da representatividade. O valor do fundão eleitoral, calculado com base na quantidade de parlamentares eleitos, reforça essa tendência. Assim, a qualidade e a profundidade das propostas se perdem em meio a uma lógica que prioriza quantidade em detrimento da substância.

Nesse cenário, o filtro essencial para a escolha dos representantes parece ter se enfraquecido. Em lugar de candidatos com projetos viáveis e fundamentados, o que vemos muitas vezes é a ascensão de nomes que chamam a atenção mais pela excentricidade ou pelo apelo midiático do que pelo compromisso com a mudança real. Ideias sem qualquer fundamento prático ganham espaço, prometendo o impossível e, por isso mesmo, frustrando expectativas quando se deparam com a realidade.

É diante dessa realidade que o papel do eleitor se torna ainda mais crucial. A responsabilidade de escolher quem nos representará não pode ser subestimada. O voto, tão frequentemente banalizado, é a arma mais poderosa que temos em nossas mãos. É através dele que podemos definir nosso futuro, escolher o tipo de política que queremos ver prevalecer e, acima de tudo, garantir que os valores que prezamos estejam representados.

A boa política ainda existe, mas ela depende de nossa capacidade de discernimento, de nossa disposição para separar o joio do trigo. Ela exige que não nos deixemos seduzir por promessas vazias ou por discursos inflamados, mas sim que busquemos a coerência, a capacidade de realização, e o compromisso verdadeiro com a transformação social.

Neste contexto, o diálogo é o fio condutor da boa política. É ele que permite a construção de pontes em meio às diferenças, que possibilita o avanço de agendas que realmente atendem às necessidades da população, e que mantém viva a esperança de uma política voltada para o bem comum.

Como cidadãos, precisamos refletir profundamente sobre o que desejamos para o futuro. A divisão fomentada por aqueles que buscam apenas aumentar suas fileiras parlamentares não nos serve. Precisamos de união em torno de ideias sólidas, de projetos viáveis, e de representantes que compreendam que a política é, antes de tudo, um serviço público.

O caminho para essa boa política é árduo, exige vigilância constante e participação ativa de todos nós. Mas é um caminho que vale a pena trilhar, porque é nele que reside a esperança de uma sociedade mais justa, mais inclusiva e verdadeiramente democrática.

Que no dia 06 de outubro, possamos fazer escolhas conscientes, guiados não pela performance de números, mas pela busca do bem comum. Que possamos usar o nosso voto, essa arma poderosa, com a responsabilidade que ele exige. E que, acima de tudo, possamos acreditar que o lado bom da política existe e que deve ser alcançado.


Michell Fernandes Sombrio é candidato a vereador em Braço do Norte pelo MDB.

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