
De janeiro a 1º de julho deste ano, Santa Catarina registrou mais de 40 mil ocorrências de violência contra a mulher. Neste semestre o estado chegou a registrar seis crimes de feminicídio em menos de sete dias. Números assustadores que evidenciam a necessidade urgente de ações permanentes, integradas e mais eficientes.
Além do enfrentamento ao problema, é preciso promover uma cultura de prevenção junto à sociedade. Em ato realizado nesta quarta-feira, 12, na Capital, o governo do Estado anunciou a formalização de um plano com uma série de compromissos e ações.
O governador Jorginho Mello (PL) e a vice-governadora Marilisa Boehm (PL) lançaram o Plano Estadual de Combate à Violência contra a Mulher para o período de 2025–2035.
Embora represente um avanço em estrutura e horizonte temporal, o anúncio é uma resposta que vai além dos indicadores. Em abril deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC) divulgou uma auditoria apontando deficiências nas políticas públicas e ações de prevenção e erradicação da violência contra a mulher.
O plano do governo estadual prevê a participação integrada das Secretarias de Estado da Segurança Pública, Assistência Social, Mulher e Família, Educação e das Forças de Segurança. A iniciativa propõe uma política pública “estruturada, integrada e permanente”, construída com cinco eixos estratégicos: prevenção e educação; atendimento e proteção; responsabilização e reeducação dos agressores; além de monitoramento, produção de dados e avaliação.
De acordo com o governo, será instituído um comitê gestor com reuniões semestrais, visando assegurar continuidade.
O que dizem os números
Segundo o Observatório da Violência contra a Mulher da Assembleia Legislativa, em 2024, foram registradas 51 feminicídios no estado. No período de janeiro a julho de 2025 foram contabilizados 29 feminicídios, Em 2024, o número de medidas protetivas solicitadas foi de 30.234, enquanto entre janeiro e julho de 2025 já foram 18.584.
Dados complementares mostram que, entre janeiro de 2020 e junho de 2025, o Estado registrou 401.015 casos de violência doméstica contra a mulher — uma média de 200 ocorrências por dia.