O que mais precisa acontecer para o túnel no Morro dos Cavalos sair do papel? Por João Cobalchini

João Cobalchini (MDB), é vereador e presidente da Câmara de Florianópolis.

A urgência da construção do túnel no Morro dos Cavalos, na BR-101 em Palhoça (SC), não é uma novidade. Essa discussão já se arrasta há quase 30 anos. Enquanto isso, o tempo passa, e novas tragédias se repetem. O acidente com a carreta de combustível, neste último domingo, por sorte, não causou vítimas fatais, mas escancarou novamente a fragilidade da infraestrutura do trecho — acarretando congestionamentos quilométricos e dificuldades logísticas.

Trata-se de um dos gargalos rodoviários mais intricados do sul do Brasil. Ano passado, um deslizamento interditou a rodovia por dias. Em 2015, uma família perdeu a vida no local. E agora? O que mais precisa acontecer?

O projeto de duplicação da BR-101 previa, ainda em 2010, dois túneis de 1,3 km e dois viadutos de 180 metros no Morro dos Cavalos. A licença de instalação foi emitida em 2014, mas a obra nunca saiu do papel. O principal entrave ao longo dos anos tem sido o licenciamento ambiental, já que a área envolve terras indígenas e algumas regiões de preservação. No entanto, a complexidade jurídica não pode justificar toda a inércia de anos.
As tragédias no Morro dos Cavalos precisam servir de alerta e de ação imediata para honrar o povo trabalhador de Santa Catarina. Um estado de economia pujante como o nosso não pode ficar à mercê deste entrave. Além de colocar vidas em risco, de impedir o direito de ir e vir do cidadão, isto desacelera todo o escoamento produtivo interestadual. O Estado de Santa Catarina não pode mais ficar sem esta obra.

Como um agente público, comprometido com soluções, proponho três ações imediatas:

  1. Criação de uma força-tarefa intergovernamental, com União, Estado, municípios e lideranças indígenas, para destravar licenças e acordos institucionais.
  2. Inclusão do túnel no novo PAC, com garantia de recursos e prioridade nacional.
  3. Mobilização da sociedade civil e das lideranças políticas catarinenses, com ações conjuntas e atuações firmes junto à concessionária Arteris Litoral Sul.
    A construção do túnel no Morro dos Cavalos não é apenas uma necessidade logística — é uma questão de respeito à vida do povo catarinense. A pergunta segue ecoando: O que mais precisa acontecer para essa obra sair do papel? Que venha uma resposta, com coragem, ação e comprometimento.
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