O que você faria se um sujeito te provocasse?

Você certamente viu o vídeo do deputado estadual aos socos com um sujeito no centro de Curitiba. A cena viralizou, claro – um prato cheio para as redes. O parlamentar alegou que foi perseguido e provocado, e que apenas reagiu.

De imediato, me lembrei de outros episódios parecidos: esse novo tipo de armadilha social em que alguém se aproxima com o celular em punho, provoca, grava e espera o momento certo para publicar a fúria alheia. É o esporte digital da vez – provocar para monetizar.

E você? O que faria se um maluco te provocasse?

Tentei me colocar no lugar do deputado e, confesso, senti uma ponta de solidariedade. A vontade de reagir é humana. Quem nunca imaginou uma resposta atravessada, uma boa tréplica ou até um empurrão simbólico? Mas a verdade é que, no mundo hiperexposto em que vivemos, reagir é quase sempre perder.

Não apenas pelo risco físico de um golpe de direita (sic), mas porque qualquer reação descontrolada vira manchete, meme e material para cancelamento instantâneo. Não há contexto, só replay.

O episódio serve de lembrete: nossa reputação está permanentemente em teste, sujeita a todo tipo de investida, seja fabricada ou genuína. E não existe blindagem infalível, só autocontrole.

A sabedoria, hoje, talvez esteja em escolher as brigas que valem a pena e as que só servem para engordar o algoritmo alheio.

Enquanto isso, seguimos torcendo para que, um dia, o debate volte a ser travado com argumentos e não com câmeras. Até lá, a melhor estratégia ainda é respirar fundo e sair de cena antes que o “maluco” ganhe mais um seguidor.

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