Jorginho mantém liderança estável, mas cenário com Adriano Silva ameaça vitória em primeiro turno

A nova rodada de pesquisas do Instituto Neokemp, divulgada nesta quinta-feira pela Gazeta do Povo, mantém o cenário de estabilidade na disputa pelo governo do Estado. No entanto, desta vez o instituto incluiu o nome do prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), em um dos cenários. Essa possibilidade, aponta o Neokemp, ameaçaria a condição de vitória em primeiro turno do governador Jorginho Mello (PL).

Jorginho Mello, João Rodrigues e Décio Lima mantém estabilidade na pesquisa Neokemp, mas inclusão de Adriano Silva altera cenário

Foram realizados dois cenários. O primeiro, mais enxuto, traz apenas os três principais pré-candidatos declarados ao cargo – Jorginho Mello, João Rodrigues (PSD) e Décio Lima (PT) – e o nome de Adriano Silva, que até agora tem dito que pretender completar o mandato como prefeito de Joinville. No segundo cenário, saem Décio Lima e Adriano Silva, com a inclusão do deputado estadual Fabiano da Luz (PT), do vereador florianopolitano Afrânio Boppré (PSOL) e do deputado estadual Marcos Vieira (PSDB).

O Neokemp entrevistou 1.008 pessoas em 90 cidades entre os dias 10 e 11 de novembro de 2025. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais – para cima ou para baixo – e o nível de confiança é de 95%.

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Cenário 1 – Décio Lima e Adriano Silva no jogo dificultam vida de Jorginho

Jorginho Mello – 39,5%
João Rodrigues – 19,2%
Décio Lima – 13,2%
Adriano Silva – 8,7%
Não sabe – 13,5%
Branco e nulo – 5,8%

Análise

É curioso como o ingresso de Adriano Silva afeta o cenário praticamente sem alterar as posições dos concorrentes. Os movimentos são todos dentro da margem de erro da pesquisa, quando se compara o cenário de 23 de outubro apenas com Jorginho, João Rodrigues e Décio Lima – os três oscilam negativamente. Também há reduções, dentro da margem de erro, nos indecisos e nos dispostos a votar branco ou nulo. De certa forma, Adriano entra discretamente no jogo, mas em uma condição de empate técnico com o pré-candidato petista.

Em relação a outubro, Jorginho e Décio perdem mais do que João com a entrada de Adriano no jogo. O que pode indicar que os eleitores da faixa litorânea são mais sensíveis a uma opção diante do quadro que coloca uma polarização entre dois candidatos do interior e um de esquerda.

O mais interessante, no entanto, é observar que o ingresso de Adriano Silva faz com que a soma dos candidatos de oposição supera o de Jorginho Mello, dentro da margem de erro, indicando a possibilidade de segundo turno.

Cenário 2 – Sem Décio e Adriano, não tem segundo turno

Jorginho Mello – 42,6%
João Rodrigues – 22,6%
Fabiano da Luz – 4,8%
Afrânio Boppré – 4,5%
Marcos Vieira – 1,7%
Não sabe – 14,7%
Brancos e nulos – 9%

Análise

Esse cenário corresponde diretamente a um dos que foram apresentados na pesquisa Neokemp de 23 de outubro, o que permite uma análise direta de aumentos e reduções de percentuais. Nele fica clara a estabilidade do cenário da disputa para o governo, com todos os pré-candidatos oscilando dentro da margem de erro. O governador Jorginho Mello soma 9 pontos percentuais a mais do que a soma dos adversários, indicando uma margem confortável para vencer a disputa em primeiro turno.

Jorginho ganhou 1,3 pontos percentuais, enquanto João Rodrigues perdeu 1 ponto. Ambos mantém posições muito consolidadas, semelhantes em todas as rodadas de pesquisa do instituto. Fica claro, no entanto, que na ausência de Décio Lima e de outro nome competitivo, o pré-candidato do PSD terá muita dificuldade para levar a disputa para o segundo turno.

Pela esquerda, Fabiano da Luz (PT) e Afrânio Boppré (PSOL) somados ficam abaixo do desempenho de Décio Lima. Em relação à pesquisa anterior, Fabiano oscilou 0,1 para baixo, enquanto Afrânio perdeu 1,7 – com isso, o petista aparece numericamente à frente, embora estejam em empate técnico. Como alternativa de centro-direita, Marcos Vieira (PSDB) permanece pouco relevante – tinha 2,1% na pesquisa anterior.

Rejeição

Afrânio Boppré – 22,6%
Jorginho Mello – 21,8%
Fabiano da Luz – 9,4%
João Rodrigues – 5,5%
Adriano Silva – 5,2%
Marcos Vieira – 3,2%
Rejeita todos – 9,5%
Não rejeita ninguém – 22,8%

Análise

Sem múltipla escolha, aconteceu um fenômeno semelhante ao questionamento sobre a rejeição dos pré-candidatos a senador: a polarização das rejeições, com o eleitor à direita focando um nome, o eleitor à esquerda focado outro. Nesse caso, no entanto, com menos paixões do que aquelas envolvidas na candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado, cuja rejeição rompeu a bolha da esquerda.

Nesse contexto, Afrânio Boppré lidera a rejeição, empatado tecnicamente com Jorginho. O dado novo é Adriano Silva, pela primeira vez pesquisado pela Neokemp, com 5,2% de rejeição.

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