Pitbull aguarda socorro da Dibea há mais de 10 dias

Desde 11 de dezembro, uma moradora da Vargem Grande tenta, sem sucesso, que a Diretoria de Bem-Estar Animal de Florianópolis (Dibea) preste atendimento a um cachorro da raça pitbull que circula pelo bairro. O animal está magro, com problemas de pele e, nos últimos dias, desenvolveu um ferimento no pescoço, possivelmente causado por briga com outros cães.

A moradora, que alimenta o cachorro regularmente, relata que o atendimento da Dibea, feito via WhatsApp, informa que as viaturas estão ocupadas e que não há disponibilidade para o socorro. Além disso, o órgão alega superlotação no abrigo, sugerindo que o atendimento veterinário seja feito na rua.

Na última terça-feira (23), após novas tentativas, a Dibea solicitou o endereço do animal e informou que enviaria uma equipe. Contudo, até as 20h, o cachorro permanecia no mesmo local, sem atendimento.

A situação é preocupante. Trata-se de um pitbull macho, não castrado, doente e ferido. A Lei Estadual 14.204/2007 determina que cães da raça pitbull sejam castrados até os seis meses de idade, mas o procedimento só pode ser realizado em animais saudáveis. Assim, o socorro imediato é essencial para que o cachorro possa ser tratado, vacinado e, posteriormente, encaminhado para adoção.

A presença do animal tem gerado medo na comunidade. A moradora que o alimenta afirma que ele apresenta comportamento agressivo com alguns homens, possivelmente devido a traumas anteriores. Apesar disso, ela destaca que o cachorro precisa de tratamento e proteção, não de abandono.

A demora da Dibea em agir levanta questionamentos sobre a capacidade do órgão em atender demandas da população. Embora reconheça a alta demanda, o longo atraso no atendimento de um caso tão grave sugere a necessidade de ampliação de recursos, como pessoal e equipamentos.

Se persistir essa ineficiência, a população pode começar a desacreditar no papel da Dibea ou até mesmo suspeitar de prevaricação. De acordo com o Artigo 319 do Código Penal, prevaricação ocorre quando um servidor público deixa de praticar, retarda ou realiza um ato de forma inadequada, contrariando suas obrigações legais. A pena prevista é de três meses a um ano de detenção, além de multa.

A comunidade da Vargem Grande e o animal aguardam, urgentemente, uma resposta efetiva.

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