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6 de julho de 2024

Perfil das filiações de vereadores na janela mostra a nova cara do PL nos municípios de SC

Manu Vieira (ex-Novo) e Gabrielzinho (ex-Podemos), agora colegas de PL, conversam na Câmara de Florianópolis

A eleição municipal de 2020 produziu um hiato no avanço do bolsonarismo como força política em Santa Catarina. Sem um partido organizado e em meio à pandemia, o então presidente Jair Bolsonaro não conseguiu fazer valer sua popularidade na eleição de um contingente de aliados (nem sempre muito conhecidos do eleitorado) como aconteceu nas chamadas Ondas de 2018 e 2022, que mudaram o panorama da política estadual – e aposentaram um monte de gente.

Naquela disputa, Bolsonaro já havia deixado o PSL e ainda não estava filiado ao PL. Os ditos bolsonaristas municipais espalharam-se por diversas legendas, incluindo o próprio PL do então senador e hoje governador Jorginho Mello. Sem o 17 e com o 22 ainda não identificado, os bolsonaristas dispersaram seus votos – beneficiando MDB, PP e PSD.

O PL foi o quinto partido que mais elegeu prefeitos (27 em 295) e o quarto que mais conquistou cadeiras em Câmaras de Vereador de Santa Catarina (279 em 2.898 vagas). Um desempenho de partido médio.

Em nível estadual, a eleição de 2022, transformou o PL em gigante. Hoje tem o governador Jorginho, a vice-governadora Marilisa Boehm, o senador Jorge Seif, seis deputados federais e 11 deputados estaduais.

Era, no entanto, um gigante de pés pequenos, pela falta de eleitos na base – prefeitos e vereadores. Coloquei o verbo no passado – “era – porque esse cenário começou a mudar ainda em 2023 com a filiação de prefeitos, praticamente dobrando o número alcançado nas urnas em 2020.

A janela de um mês para troca de partidos, que se encerra dia 7 de abril, consolida essa movimento. O gigante está mais firme na base – inclusive nas grandes cidades.

O PL sai da janela com posições que nem imaginava nos municípios catarinenses antes da filiação de Jair Bolsonaro. Tem, agora, as maiores bancadas das duas mais populosas cidades do Estado – Joinville e Florianópolis.

É um movimento que concentra no maior partido de direita do Brasil hoje os nomes de legendas que orbitam esse campo e não deslancharam ou perderam espaço – note, leitor, a quantidade de ex-integrantes de Podemos, Novo e PSDB estão nos anúncios de filiação do PL.

Na Capital, o partido tinha dois vereadores, agora são seis. Filiou Manu Vieira (Novo), Bericó (ex-União, eleito pelo extinto PSL), Gemada e Gabrielzinho (ambos ex-Podemos). Em Jonville, elegeu uma cadeira e agora ganhou mais três: Brandel Júnior (ex-Podemos), Wilian Tonezi (ex-Patriota) e Cassiano Ucker (ex-União Brasil, eleito pelo Cidadania).

Esse movimento se repete em diversas cidades e mostra uma espécie de “pré-Onda”. Uma acomodação da classe política ao partido que é a bola da vez no poder do Estado.

Em termos práticos, uma indicação de que o crescimento do PL nos municípios pode se dar de forma menos aleatória do que nas ondas estaduais do bolsonarismo em 2018 e 2022.

Um crescimento controlado, direcionado, articulado pelo governador Jorginho Mello.


Foto – Manu Vieira (ex-Novo) e Gabrielzinho (ex-Podemos), agora colegas de PL, conversam na Câmara de Florianópolis. Perfil das filiações da janela mostra a cara do novo PL em Santa Catarina. Crédito: CMF, Divulgação.
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