Tradicional bloco do Campeche, o Onodi decidiu cancelar a programação de sábado, segunda e terça-feira de Carnaval na Beira Mar Continental. O comunicado foi feito no Instagram oficial do bloco na noite desta sexta-feira, 9, com orientações sobre como solicitar reembolso dos valores pagos para as áreas exclusivas e para o camarote open bar. A organização afirmou que “segue trabalhando para que o tradicional desfile de domingo aconteça no Campeche”, onde nasceu há 25 anos.

O bloco havia decidido mudar o local depois de questionamentos feitos pela Amocam (Associação de Moradores do Campeche) sobre as autorizações obtidas para a realização do evento.

“Seja no modelo tradicional ou no novo modelo de arena, aqueles contrários ao bloco não vão descansar até que ele deixe de existir. E nós não permitires que isso aconteça”, diz o bloco no comunicado.

A polêmica começou depois que a Associação de Moradores do Campeche (Amocam) encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) e à Secretaria de Patrimônio da União (SPU) sobre o uso da área: parte do espaço que seria usado para o evento foi cedido ao município para implantação de um parque cultural e o restante está sob gestão da Aeronáutica. Os dois órgãos pediram informações ao município – a SPU chegou a uma vistoria in loco -, mas não houve qualquer embargo oficial.

Em nota enviada à coluna pela presidente Roseane Panini, a associação diz que o evento no Pacuca não tem alvarás ou licenças. “A Amocam já havia feito essa solicitação aos responsáveis pelo evento, mas nada nos foi enviado. Por quê ainda não nos apresentaram as autorizações”, pergunta.

Além disso, informa que o comando da Base Aérea negou pedido para utilização da área de propriedade militar e que, mesmo sabendo da negativa, os organizadores “continuaram vendendo ingressos e camarotes sem a certeza de que o evento iria ocorrer ali”.

Por fim, a Amocam diz que não é contra o “tradicional de desfile de domingo”, mas sim à “realização de quatro dias da arena em espaço público”.

A Prefeitura de Florianópolis também se manifestou por meio de nota. Disse que “lamenta que, mais uma vez, a Amocam toma decisões no sentido de prejudicar a população do Campeche, agora impedindo um bloco tradicional de se apresentar durante o Carnaval”.

O texto registra ainda que em conversa com a prefeitura, os organizadores tinham achado melhor “mudar de local para não correr o risco de judicialização” e que “o município irá apoiar o bloco, assim como todos devidamente credenciados, para que a manifestação cultural do carnaval não se perca”.
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Bloco Onodi começou há 25 anos no Campeche, em Florianópolis. Foto: divulgação