Entre tarifas e investigações em Washington, recordes em Esteio e tradição em Santa Catarina, o agro brasileiro mostrou essa semana que não precisa provar nada a ninguém.
Destaque para a tradição e inovação que caminham juntas — e que não há tarifa, nem desconfiança, que parem essa engrenagem.

Terra do Tio Sam
Em Washington, o agro brasileiro foi destaque essa semana. As confederações da indústria e do agronegócio apresentaram aos americanos argumentos e dados, comprovando que o Brasil atua sim, com sustentabilidade e dentro das regras de mercado.
Isso dá um respiro ao setor, que ficou extremamente cauteloso, após a divulgação do Plano Setorial de Agricultura e Pecuária, o Plano Clima. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), principal soldado do agronegócio no Congresso Nacional, cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), ajustes no Plano para evitar prejuízos à imagem e competitividade do agro no exterior.
Isso porque a proposta em consulta pública exige que o setor corte até 54% das emissões de gases de efeito estufa até 2035, enquanto o de energia pode aumentar em até 44%, e ainda atribui ao agro mais de 800 milhões de toneladas de CO₂ por desmatamento, incluindo áreas fora de sua responsabilidade, sem reconhecer a captura de carbono em propriedades privadas.
Vozes do Agro
Em seis painéis, CNA, CNI, Cecafé, Unica, Abipesca e outras instituições, ocuparam a audiência da investigação 301 – que é uma investigação comercial iniciada pelos Estados Unidos para apurar se as práticas comerciais de um país estrangeiro, como o Brasil, são injustas ou discriminatórias e prejudicam o comércio americano.
O Agro brasileiro discorda das acusações americanas em três pontos principais:
– Desmatamento ilegal
– Tarifas preferenciais dadas a outros países
– Acesso limitado ao mercado de etanol
Ganha-ganha
A missão foi mostrar que a relação é de ganha-ganha e que a conta do tarifaço volta pro consumidor dos Estados Unidos.
Apenas 5,5% das exportações do agro brasileiro usam alíquotas preferenciais e quase 75% dos bens americanos entram no Brasil livres de imposto, com tarifa média efetiva de 2,7%.
Pra completar, em 2024 o Brasil comprou mais de US$ 1,1 bi em fertilizantes, máquinas e sementes dos EUA. Ou seja, não faz sentido punir quem ajuda a manter a mesa e o bolso dos americanos, cheios.
Terra Brasil
Já no Brasil, os olhos do agro durante toda a semana estiveram e estão na 48ª Expointer, feira internacional que encerrou no domingo, 7 de setembro, em Esteio (RS).
A Expointer é considerada a maior exposição de animais da América Latina e uma das principais vitrines do agronegócio brasileiro. Em 2025, a feira conta com a participação de 6.696 animais, sendo 1.589 rústicos e 5.107 de argola.
Além da exposição de animais, a programação reúne o Show de Máquinas, a Feira da Agricultura Familiar, palestras técnicas, atrações culturais e artesanato. Ano passado, esse vasto cardápio movimentou mais de R$ 8 bilhões e esse ano, a meta é superar essa cifra.
Terra Catarinense
Há 48 anos, Santa Catarina, através da Casa do Produtor Catarinense, é o único Estado do Brasil com um espaço institucional, dentro do Parque Assis Brasil, que abriga a Expointer.
O estado participou com 281 animais – entre bovinos, ovinos, equinos e caprinos – mostrando a força da pecuária catarinense para o mundo.
A Casa do Produtor Catarinense, que é um símbolo da força e da união do agronegócio, é mantido pela Cidasc e consolida Santa Catarina como referência em sanidade agropecuária.
E é isso, enquanto o mundo olha desconfiado, Santa Catarina segue mostrando confiança.