
Ficar 10 dias como prefeito de Joinville pode parecer pouco, mas pode também realizar sonhos, projetar conquistas e renovar as estratégias. A posse do vereador Diego Machado como prefeito interino foi um recado importante para o PSD. Liderança emergente, o atual presidente da Câmara de Vereadores é a aposta do partido não só para 2026 como também de olho em 2028. O vereador em segundo mandato, juntou o maior número de pessoa na última sexta-feira, 31 de outubro, último dia do mês, para não esconder o desejo de ser candidato a Prefeitura em três anos.
Diego foi claro ao dizer “daqui três anos eu volto” em seu discurso, aplaudido pelo ex-vereador Odir Nunes, seu padrinho político. Nos próximos dias, Diego quer marcar a sua passagem. Sábado teve agenda movimentada, fiscalizou cemitérios, foi a jogos de futebol e de vôlei. No domingo seguiu no mesmo ritmo. Deixa claro que não quer perder tempo e vai fazer desta semana um grande catalisador para saltos mais altos.
Primeiro passo é a Alesc
Diego Machado é pré-candidato a vaga na Assembleia Legislativa por Joinville. Na região vem trabalhando com apoio de cidades comandadas pelo PSD, principalmente Barra Velha, Balneário Barra do Sul e São João do Itaperiú. O prefeito de Araquari, Gordo Jasper, também é do PSD, mas deve seguir apoiando o antecessor Clenilton Pereira.
A direção estadual do partido vê em Diego um grande potencial de liderança. A candidatura à Alesc é um ensaio para pretensões maiores, tudo com o olhar vigilante do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, e do presidente estadual do partido, Eron Giordani.
“Daqui três anos eu volto de novo”

Em conversas restritas, Diego Machado não esconde o desejo de concorrer a prefeito já em 2028. Amigos próximos que estavam na posse são os mais entusiasmados. E a porta pode estar escancarada. Seguindo a parceria com o partido Novo, ele tem sido um fiel aliado do prefeito Adriano Silva. A vice-prefeita Rejane Gambin foi escalada com a missão de conquistar uma vaga na Câmara Federal. Diego coloca-se no jogo e soltou a frase para dizer que está no páreo para sucessão de Adriano Silva.
Sonho meu
A chegada do PSD ao topo da hierarquia política de Joinville foi a realização de um antigo sonho. Pela primeira vez o partido chega ao comando da maior cidade do Estado depois de acumular duas derrotas nas urnas com Darci de Matos (uma para Udo Döhler em 2016 e outra para o próprio Adriano Silva em 2020). Depois disso, construiu liderança promissora com o Novo e realiza o sonho antigo com um gesto político.
Em tempo: PSD também perdeu eleição municipal em 2012 com vitória de Udo Döhler contra Kennedy Nunes.
Um discurso e uma foto

João Rodrigues, pré-candidato a governador pelo PSD, teve rápida passagem em Joinville. Tentou ser discreto, mas foi chamado a discursar na posse para um público que lotou o hall da Prefeitura. Tem habilidade e eloquência de radialista para falar alto, fazer elogios a Joinville e defender a maturidade da democracia. Democracia esta que abriu espaço para um vereador assumir a Prefeitura. Considerou o gesto como importante e consolidou a parceria com o Novo, que está no seu radar para uma aliança estadual em 2026. Nas redes sociais da vice-prefeita Rejane Gambin foi publicada uma foto do encontro com o secretário de Governo Gilberto Leal e o presidente estadual do partido Eron Giordani.
Gestos são gestos

Em momento de festa qualquer brincadeira vira sorrisos. O clima festivo levou até a Prefeitura o principal opositor do governo Adriano Silva. Entre afagos, estava na linha de frente o vereador Cleiton Profeta (PL). Diego Machado chegou a brincar que está trocando o líder do governo Neto Petters (Novo) por Profeta e ironizou dizendo que a oposição “terá a oportunidade de defender o governo por 10 dias”. São gestos. Apenas gestos.
Um pai

O ex-vereador Odir Nunes foi chamado de “meu segundo pai” pelo prefeito interino Diego Machado. Aos 14 anos Diego já estava pela rádio em Pirabeiraba que era comandada por Odir e depois foi seu assessor. Em 2020 teve apoio do ex-vereador na sua primeira eleição. Odir Nunes foi vereador por oito mandatos e hoje seria uma espécie de conselheiro. Machado teria se aconselhado com o veterano político sobre a recente polêmica dos cemitérios e integrantes das religiões de matriz africana. Na análise de Odir, o episódio foi considerado positivo.
Presenças discretas
O governador Jorginho Mello mandou representante na posse de Diego Machado. O secretário da Casa Civil Kennedy Nunes teve uma passagem discreta entre os convidados, mas marcou posição.





