“Precisamos de eventos para reduzir a sazonalidade”, diz presidente eleito do Destino Floripa

Administrador de empresas com larga experiência no ramo hoteleiro – com passagens pelo Costão do Santinho Resort e grupos como o Othon e Novotel -, Rubens Régis assume em janeiro o comando do Destino Floripa & Região para o biênio 2026-2027. Ele substtitui Mário Costa Júnior.

Entre as prioridades da gestão, estão a promoção da capital catarinense na Europa e resgate do protagonismo na captação de eventos para a cidade com o objetivo de reduzir a sazonalidade. Nesta entrevista de domingo, Rubens fala sobre os desafios da entidade, os mercados que precisam ser conquistados e avalia a situação do CentroSul.

Ele assume o Destino Floripa em meio à transfêrencia do Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, em Canasvieiras, para a Secretaria da Educação. A decisão, anunciada pelo governador Jorginho Mello (PL) na última quinta-feira (13), preocupa o setor de eventos. “É uma perda para o turismo”, falou Rubens logo após saber da mudança, durante o Experiencie Day 2025, evento de encerramento do ano.

Quais são as prioridades do Destino Floripa para os próximos dois anos?
A principal é manter e ampliar a promoção do destino, hoje feita com grande sucesso pelo Floripa Day. Queremos crescer em novos mercados, consolidar os que já existem e buscar outros potenciais.
Também queremos retomar o protagonismo na captação de eventos para a cidade. Florianópolis precisa de eventos para reduzir a sazonalidade e o mercado de congressos é o caminho mais rápido para isso.

Falando de mercados: quais destinos consolidados vocês querem reforçar?
Chile e Argentina continuam sendo prioritários, com o Uruguai também em foco. A Argentina ainda é um mercado muito sazonal: o argentino lota Florianópolis, mas só no verão. Queremos trabalhar o destino para atrair esse público o ano inteiro. O chileno já vem durante todas as estações, o que é uma vantagem. No caso do Uruguai, estamos preocupados com a possível perda de voos anuais — o transporte aéreo é essencial para atrair um turista mais qualificado.

E quais seriam os novos mercados?
O mais imediato é o Peru, que passa a ter voos diretos para Florianópolis a partir de dezembro. Quando há voo, há mercado. Já teremos uma participação agora em novembro em Lima, em um evento conjunto com o Estado. Além disso, temos a missão de promover nosso destino em outros países da Europa. Portual, sozinho, não sustenta o voto Florianópolis-Lisboa. No radar, estão Alemanha e Itália. A Espanha também se mostra promissora.

A ideia é fazer com que esses mercados usem o voo direto Florianópolis-Lisboa?
Exatamente. A TAP tem boas tarifas, horários favoráveis e um hub eficiente. Mas essas pessoas precisam saber que o voo existe — e que Florianópolis existe. Fora do Cone Sul, ainda somos um destino pouco conhecido.
Também estamos alinhando ações com a Latam: além do voo de Lima, eles nos incentivam a trabalhar mercados como Colômbia e México, que podem gerar fluxo para cá.

O CentroSul precisa ser modernizado?
Ele é um bom equipamento, especialmente para congressos, mas ficou pequeno. Usando o exemplo do RD Summit, era preciso montar quatro ou cinco tendas externas para complementar o pavilhão. O projeto de licitação deve prever ampliação e modernização, substituindo estruturas temporárias por fixas, que são mais seguras e mais econômicas para os expositores. Para feiras maiores, isso é essencial.

Qual a importância do setor de eventos para a economia de Florianópolis?
É enorme — e ainda pouco medida. Hoje não temos dados precisos sobre o impacto econômico de grandes eventos, como o RD Summit ou congressos médicos. Mas sabemos que um congresso médio, de 3 mil pessoas, já lota hotéis, movimenta restaurantes e distribui renda por toda a cidade — do vendedor ambulante ao hotel cinco estrelas. Além disso, o turista de eventos tem um ticket médio mais alto e gasta mais. Uma das metas é fazer um diagnóstico mais rigoroso. Esse será um dos trabalhos prioritários.

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