O prefeito de São Francisco do Sul, Godofredo Gomes Moreira Filho (MDB) rejeita o projeto e a iniciativa empresarial que pretende instalar o Porto Brasil Sul na região do Sumidouro – entre o Capri e o Forte Marechal Luz. Apesar de se manifestar contra o terminal privado, ele vai emitir certidão de viabilidade econômica para o empreendimento, em atendimento a uma decisão judicial.
Mas explica: “particularmente sou contra. E, enquanto for prefeito, não vou fornecer alvará municipal para o PBS”.
Godofredo avança: ” vamos implantar área de conservação ambiental em toda aquela região do Sumidouro. O Serviço do Patrimônio da União, o SPU, já foi comunicado”.
Neste contexto de interesses entre mega investidores e preservacionistas, o projeto de novo plano diretor do município ainda não foi aprovado pela Câmara de Vereadores. A prefeitura está otimista, acreditando que poderá ser votado em até dois meses pelo Legislativo.
Godofredo tem bons argumentos para não querer o PBS no município. Um ponto importante para dizer “não” se relaciona a questão do acesso rodoviário ao local.
– Para a construção dos terminais portuários imaginados para o Sumidouro seria necessário ter acesso rasgando enorme área de mangues e outras vegetações fundamentais ao equilíbrio do ecossistema.
O prefeito lembra que a estrutura viaria e absolutamente incompatível com qualquer empreendimento deste porte e naquele local.
A WorldPort, junto com investidores joinvilense, planejam fazer o Porto com sete terminais de carga e oito berços de atracação. Pretende ser um porto concentrador de cargas e linhas.
Dizem os investidores interessados no negócio que o acesso se daria por espaços diferentes dos atuais, independente da BR-280. Então, precisaria ganhar o aval de órgãos ambientais em diferentes instâncias para, ao menos no campo da legislação ambiental, se tornar minimamente viável.
Será um trabalho técnico complexo. E politicamente demorado e custoso.
Fácil compreender que o atual prefeito, naturalmente candidato a reeleição em outubro próximo, não e a única voz discordante. Players importantes do setor portuário certamente devem estar incomodados pelo apetite do projeto.
De qualquer forma, com todas a idas e vindas que o tema polêmico vai ensejar, será ainda objeto de muito debate ao longo de muitos anos ainda. Como sempre, a história econômica nos mostra que tudo tem o seu próprio tempo. E ainda não chegou a hora do PBS. Por mais riqueza econômica que possa trazer, os embates estão apenas no começo.
Godofredo Gomes Moreira Filho é contra o terminal privado. Foto: Divulgação.