A Confederação Nacional da Indústria, federações estaduais e 74 associações industriais encaminharam documento ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, no qual apelam por uma política de neoindustrialização. Em dez pontos, as lideranças destacam o que consideram essencial para impulsionar a agenda de desenvolvimento.
A lista de prioridades trata de temas como energia limpa, crédito, transformação digital, inserção internacional, transporte mais barato, entre outros.
A seguir, leia os dez tópicos relacionados para recolocar o setor na vanguarda do crescimento e desenvolvimento do país.
Nova Indústria Brasil (NIB) como centro da agenda nacional de desenvolvimento
Colocar a NIB no centro da agenda nacional de desenvolvimento. Suas diretrizes devem ser adotadas como parâmetros para a elaboração de outras políticas de Estado. Seu papel é permitir ao Brasil e às empresas brasileiras responder aos desafios atuais se tornando mais produtivas, de modo a transformar nossa realidade socioeconômica com mais empregos e renda.
Recursos em quantidade e a custo competitivo nos financiamentos do Plano Mais Produção
Garantir recursos para o financiamento de investimentos na indústria no volume e ao custo necessários para que o setor contribua decisivamente para o cumprimento das missões da nova política industrial e que, consequentemente, ocorra ampliação e modernização do parque industrial. Fortalecer e capitalizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e os bancos de desenvolvimento.
Sistema tributário moderno e eficiente
Assegurar a boa qualidade da regulamentação do novo sistema de tributação do consumo e aprimorar o sistema de tributação da renda, de modo a tornar o sistema tributário eficiente, funcional e alinhado às melhores práticas internacionais, garantindo maior produtividade e competitividade para a indústria.
Menor custo de capital para garantir competitividade
Reduzir o custo de capital para que as indústrias se financiem a taxas de juros menores e próximas das praticadas nos principais países que competem com o Brasil. Para isso, é preciso reduzir a taxa básica de juros e atacar os componentes do elevado spread bancário, como forte concentração bancária, tributação sobre a intermediação financeira e baixa recuperação do crédito.
Inovação industrial para a transformação digital e a transição energética
Impulsionar a inovação no setor produtivo, facilitando o acesso a recursos de subvenção para P&D, bem como para a aproximação entre Instituições de Pesquisa e indústria. Modernizar o sistema de marcas e patentes, apoio às startups, aos habitats de inovação e aos fundos de capital de risco. Fortalecer os projetos de pesquisa para ampliar a diversificação e aumento da complexidade produtiva em áreas estratégicas para o país, em especial, aquelas voltadas à transformação digital e transição energética.
Descarbonização e powershoring
Construir uma estratégia nacional de descarbonização que priorize iniciativas para a transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. O Brasil ainda pode se beneficiar do movimento de powershoring, atraindo para o país os investimentos que buscam energia limpa, segura e a preços competitivos.
Energia e transportes mais baratos e eficientes
Reduzir o custo da energia, aumentar a oferta de gás natural a preços competitivos, melhorar a qualidade das estradas, reduzir o uso do transporte rodoviário em longas distâncias com substituição por outras modalidades e modernizar o sistema portuário para receber navios de grande porte.
Inserção internacional pragmática
Ampliar a participação do Brasil nas cadeias globais de valor, por meio do incremento das exportações. Estruturar um sistema de defesa comercial e do combate à concorrência desleal, eliminação de barreiras comerciais em terceiros países e aumentar os acordos comerciais. Fortalecer o financiamento às exportações de bens e serviços. Atrair investimento externo orientados à modernização do parque industrial e ao desenvolvimento de capacidades tecnológicas.
Recursos Humanos capacitados para a nova economia
Melhorar a qualidade da educação e investir na educação profissional e tecnológica para atender as demandas do mercado de trabalho em constante evolução e formar recursos humanos que contribuam para o aumento da produtividade e assegurem maior competitividade para a economia.
Qualidade regulatória
Tornar o processo regulatório mais claro, transparente, previsível e baseado em evidências, com ampla participação dos setores regulados e alinhado às melhores práticas internacionais, e combater as práticas ilegais de comércio e fortalecer a segurança pública para melhorar o ambiente de negócios e incentivar o investimento.