Primeiro a ideologia e meus interesses

É com esse raciocínio que 142 deputados federais votaram contra a reforma tributária na noite dessa quarta-feira, 10 de julho. Todos sabem que o nosso sistema tributário é velho, antiquado, socialmente injusto e que favorece a acumulação do capital.

O que interessa, neste momento, é explicar nos mínimos detalhes, porque 27% (mais de um quarto dos deputados federais eleitos) jogam contra as necessidades populares. Arriscaria dizer que este grupo tem interesses claramente diferentes do que deseja seus eleitores. Atendem, sim, a interesses das lideranças nacionais com foco exclusivo em capturar a simpatia e os recursos financeiros de seus apoiadores

O voto “não” foi um voto absolutamente ideológico. Aqueles que deram as costas ao interesse de uma sociedade menos desigual são os mesmos que foram a eventos recentes da extrema-direita. E vamos ao que importa aqui para nós, catarinenses.

Dos 142 votos “Não” para a reforma tributária, 10 vieram de parlamentares catarinenses. Significa que a nossa Santa Catarina entregou, na bandeja, 7 por cento dos votos contra a modernização das relações de tributos e consumo. A geração atual, e a dos nossos netos, vão se lembrar disso, quando estudarem este episódio da História. Sim. Santa Catarina é o Estado brasileiro mais conservador, mais de direita de todo o país.

Dos 16 deputados federais catarinenses, 10 votaram contra a reforma tributária. E só 6 disseram “Sim”. Uma lástima! Em momentos assim tão fundamentais de transição de um modelo tributário que alcança a
todos, é imprescindível mostrar como cada um dos deputados catarinenses votou nesta
noite.

Votos Sim (aprovação da reforma)


Ana Paula Lima (PT)
Carla Ayres (PT)
Carlos Chiodini (MDB)
Cobalchini (MDB)
Fabio Schiochet ( União Brasil)
Jorge Goetten (Republicanos)
Votos Não (contra a aprovação da reforma)
Carmen Zanotto (Cidadania)
Carolina De Toni (PL)
Daniel de Freitas (PL
Daniela Reinerh ( PL)
Darci de Matos (PSD)
Gilson Marques (NOV
Ismael (PSD)
Julia Zanatta (PL)
Pezenti (MDB)
Zé Trovão (PL)

Então, agora sabemos exatamente como se comportam os nossos parlamentares eleitos. Agora, também não é hora de deixarmos a nossa omissão de lado e levar essa “colinha” no bolso da calça. Só assim, lembraremos da importância dos nossos votos nas próximas eleições. Legislativas ou não.

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