Projeto apoiado pela FEESC desenvolve nova metodologia de monitoramento estrutural ferroviário com inteligência artificial

Com o objetivo de tornar as inspeções de trilhos e pontes ferroviárias mais eficientes, seguras e econômicas, pesquisadores do Centro de Otimização e Confiabilidade em Engenharia (CORE/UFSC) estão desenvolvendo uma nova metodologia de monitoramento indireto da integridade estrutural com uso de inteligência artificial. O projeto é coordenado pelo doutorando Thiago Moreno Fernandes, sob orientação do professor Rafael Holdorf Lopez, e conta com o apoio do projeto Conexões para Inovar, da FEESC.

Com sensores instalados diretamente em trens em operação, o sistema proposto capta sinais vibracionais que indicam possíveis danos nas estruturas. A partir desses dados, algoritmos de deep learning interpretam padrões e apontam anomalias de forma automatizada. A inovação do projeto está justamente na aplicação desses modelos em ambientes operacionais reais, com dados coletados de forma indireta e contínua.

“O projeto tem como foco principal o desenvolvimento de uma metodologia de monitoramento indireto para avaliar a integridade estrutural de pontes e trilhos ferroviários. O grande desafio das ferrovias brasileiras que buscamos solucionar é a dificuldade de realizar inspeções frequentes e eficientes ao longo de toda a malha ferroviária”, explica Thiago. A Ferrovia Tereza Cristina (FTC), no Sul de Santa Catarina, e a Universidade de

São Paulo (USP), são parceiras na etapa experimental do estudo. O apoio da FEESC, por meio do Conexões para Inovar, foi determinante para viabilizar a execução prática do projeto.

“Graças a esse financiamento conseguimos realizar as viagens até Tubarão, acompanhar o reparo de uma ponte em situação crítica, instalar sensores em locomotivas e coletar dados em condições reais de operação. Sem esse suporte, seria impossível validar a metodologia na prática”, destaca o coordenador.

A metodologia desenvolvida tem potencial para transformar o processo de inspeção no setor ferroviário: permite detectar riscos estruturais sem interromper as operações, reduz custos com deslocamentos e mão de obra, e amplia a cobertura da malha com menos recursos. Entre os benefícios esperados estão o aumento da segurança, a redução do risco de acidentes e a modernização da gestão de manutenção ferroviária no Brasil.

Vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina, o CORE é um centro de excelência em engenharia com projetos aplicados nas áreas de infraestrutura rodoviária, ferroviária, energia e petróleo, com parcerias nacionais e internacionais. A atuação do centro alia tecnologia, inovação e impacto social, aproximando a universidade das demandas concretas da sociedade e do setor produtivo.

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