O prefeito Topázio Neto (PSD) entregou nesta quinta-feira, 25, ao presidente da Câmara, João Cobalchini (União Brasil), em caráter de urgência, o projeto de lei que prevê internação involuntária de moradores em situação de rua com dependência química.
A proposta permite que o município possa internar o dependente mesmo contra a sua vontade. Estão previstas no projeto duas situações: com autorização da família ou com pedido de curatela provisória pelo município. O projeto começa a tramitar em fevereiro, quando o Legislativo volta com as sessões plenárias depois do recesso parlamentar.
O aumento do número de moradores em situação de rua, e dos casos de violência envolvendo essa população vulnerável, desafia as autoridades e a sociedade civil nesse início de 2024 em Florianópolis.
As o ocorrências graves registradas nas últimas semanas – entre elas, o assassinato de um estudante adolescente no Largo da Alfândega, no centro histórico – acenderam o sinal de alerta.
O promotor de Justiça Daniel Paladino, da 30a Promotoria de Justiça, instaurou um inquérito para apurar os fatores que levaram aos recentes casos de violência e sobre o ônibus da Bahia que trouxe 40 pessoas em possível situação de vulnerabilidade para Florianópolis no dia 4 de janeiro.
O caso também está sendo investigado em inquérito aberto pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil. De acordo com a delegada Carolina Surita, a investigação vai apurar se houve a ocorrência de algum crime, como tráfico de pessoas ou transporte clandestino. Os passageiros e os donos das empresas de serão ouvidos no inquérito.
Em paralelo, a prefeitura avalia os rumos das políticas públicas do município voltadas à essa população, capitaneadas pela Secretaria de Assistência Social. Um dos projetos que deve sofrer ajustes é o Restaurante Popular, previsto para ser implantado na região continental no segundo semestre – segundo o secretário Leandro Lima.
Há uma forte resistência dos moradores do Continente, que temem a repetição dos problemas que vem acontecendo no entorno do restaurante que funciona na avenida Mauro Ramos, e a migração de pessoas dos municípios vizinhos.
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Equipes da prefeitura e outros órgãos públicos fazem abordagens aos moradores em situação de rua. Foto: divulgação, PMF