PSD traz o time nacional a Florianópolis; Kassab garante João Rodrigues e elogia Topázio

O PSD trouxe boa parte das principais estrelas do partido, incluindo os presidenciáveis Ratinho Junior e Eduardo Leite, e o presidente Gilberto Kassab, para fechar a série de eventos do partido em Santa Catarina – iniciada na quinta-feira, em Balneário Camboriú. A caravana pessedista, a primeira após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mostras ambições do partido, a forte relação com o Estado e a capacidade de Kassab de aglutinar ao seu redor diferentes estilo de liderança política.

Em SC, Gilberto Kassab elogia Topázio Neto e diz que João Rodrigues só não será candidato a governador se não quiser
Foto: PSD-SC, Divulgação.

A entrevista coletiva no final da tarde desta sexta-feira tinha Kassab no meio da mesa, os presidenciáveis a seu lado, a governadora pernambucana Raquel Lyra e o deputado federal e líder da bancada Antônio Britto (PSD-BA). De Santa Catarina, o presidente estadual Eron Giordani e o deputado estadual Júlio Garcia, presidente da Assembleia Legislativa.

Deixei para o final da escalação dessa mesa de amplo prestígio político os personagens que hoje representam as teses em disputa no PSD catarinense: em uma ponta da mesa, o pré-candidato a governador João Rodrigues, prefeito de Chapecó; na outra ponta da mesa, Topázio Neto, prefeito de Florianópolis e principal defensor de que o partido apoie à reeleição do governador Jorginho Mello (PL).

Oportunidade de ouro para eu e outros colegas jornalísticas questionarmos Kassab diretamente sobre como será definido esse impasse. O dirigente mostrou todo seu estilo conciliador de interesses e lideranças. Em uma longa resposta, Kassab ao mesmo tempo garantiu que João Rodrigues é o pré-candidato do partido ao governo e apontou a Topázio que a divergência cabe no PSD.

O que disse Gilberto Kassab sobre o futuro do PSD em SC

Transcrevo abaixo a resposta de Gilberto Kassab sobre como conciliar os interesses dos grupos internos do PSD catarinense, nas postulações personificadas em João Rodrigues e Topázio Neto. Segue a resposta na íntegra:

As alianças são parte do processo democrático brasileiro. Elas podem existir ou não, mas o ponto de partida sempre é o esforço pela candidatura majoritária. Nós temos uma relação muito cordial e amiga com o governador Jorginho Mello, está aqui o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, que tem sido grande parceiro do governador. Mas isso não afasta a possibilidade de que o partido cresça, se consolide e tenha uma candidatura própria. O governador sabe que o nosso esforço será pela candidatura própria.

Eu cito Topázio Neto pelo Brasil inteiro como uma das grandes estrelas do partido. Hoje ele é considerado a revelação na política brasileira. Faz uma gestão de excelência, admirado por todos no Brasil inteiro. Teve o apoio do governador Jorginho para sua reeleição e é mais do que correto, mais do que adequado, que ele tenha o reconhecimento ao governador Jorginho. Falo isso na presença do nosso candidato João Rodrigues. Isso é um partido com P maiúsculo em um momento em que o Brasil ainda tem muitas legendas. Vai chegar o momento em que não teremos mais coligações nas majoritárias. Aliás, acho que está muito próximo.

Se não entendermos que o nosso prefeito, que nos enche de orgulho, Topázio, para se eleger precisou pedir o apoio do governador, nós não somos um partido onde se pratica solidariedade interna. Da mesma forma, aqueles que tiveram o apoio do governador Jorginho precisam entender e entendem que o partido para crescer precisa fazer um esforço pela candidatura própria. Lá na frente, se houver naturalidade haverá convergência. Se não houver, não haverá. Mas a palavra final sempre é do candidato e o nosso candidato é João Rodrigues.

Kassab garantiu candidatura presidencial do PSD

Kassab defendeu candidatura própria do PSD à presidência, com Ratinho Junior ou Eduardo Leite. Ele minimizou a opção Tarcísio de Freitas
Kassab defendeu candidatura própria do PSD à presidência, com Ratinho Junior ou Eduardo Leite. Ele minimizou a opção Tarcísio de Freitas. Foto: PSD-SC, Divulgação.

Sobre as questões nacionais, Kassab garantiu que o PSD vai ter candidatura presidencial – seja com Ratinho Junior, seja com Eduardo Leite. Ambos mostraram afinação em um discurso contra a polarização política nacional. O dirigente disse que o projeto do partido independe da decisão do PL sobre candidaturas.

O PL é um partido e ele tem que ter as suas decisões, não é? Como o PSD tem as nossas. Independente de calendário, nós temos teremos uma candidatura própria, será o governador Ratinho ou o prefeito Eduardo Leite – disse Kassab.

Questionei sobre declarações anteriores de Kassab sobre apoio do PSD ao governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) caso ele seja candidato à presidência.

(o PSD) Poderia (apoiar), (mas) Não existe a candidatura do Tarcísio, ele tem dito que é candidato a governador. O nosso esforço é pela candidatura própria do Ratinho Júnior ou do Eduardo Leite – disse o dirigente.

Perguntei aos presidenciáveis como as teses de “despolarização” e crítica aos extremos tem repercutido junto aos eleitores, especialmente nas redes sociais. Abaixo, parte da resposta de Eduardo Leite:

Sempre digo que a política é instrumento para fazer as pessoas mais felizes e não para tornar a vida delas insuportável. E a política, na forma como tá sendo feita no Brasil, deixou a vida das pessoas insuportável. Não pode ser assim. Então, todo trabalho, todo esforço que a gente faz, e que compartilho com o Ratinho, é no sentido que a gente possa chamar a atenção das pessoas para fazer o enfrentamento dos problemas reais da vida da população e não para colocar umas pessoas contra as outras.

É claro que como essa polarização radicalizada está aí estabelecida, quando a gente busca criar um caminho alternativo, a gente sofre ataque dos dois lados. Eu, particularmente, não vejo isso muito claramente. Mas são minoritários, não tenho dúvida disso.

A seguir, a resposta de Ratinho Junior:

Eu penso que quando você apresenta acima de tudo um projeto que consegue resolver o problema do dia a dia das pessoas, que consegue consegue melhorar a vida delas, as pessoas esquecem essa questão de briga política, de ideologia, extremismos, vamos dizer assim, e acaba aprovando essa maneira racional de governar.

Esses dias me fizeram uma pergunta em um evento de de economistas lá no Rio de Janeiro sobre o que precisava para o próximo presidente? Eu falei: “é só ser normal, o Brasil precisa de líderes normais que tenham um projeto de país, que se preocupem em poder resolver a vida das pessoas e em gastar menos energia em essas em tipo de discussão que não coloca comida na mesa da dona da dona Maria.

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