Reputação, Spaten e a luta que fugiu do roteiro

No universo da reputação, o que podemos aprender com a luta entre Popó e Wanderlei, promovida pela Spaten?

Spoiler: quando tudo parece conspirar para dar errado, provavelmente vai dar mesmo.

Vamos aos fatos. Uma cervejaria com 700 anos de história decide juntar no mesmo ringue dois lutadores de modalidades completamente diferentes – boxe e MMA, este último sem muita preocupação com regras.

A noite prometia ser épica. Celebridades vestidas a caráter, mulheres incríveis, imprensa a postos.Só que esqueceram de um detalhe: imprevistos acontecem. O que seria um espetáculo virou pancadaria, viralizou e dominou os trending topics. Uma ressaca e tanto para a equipe de marketing da Spaten.

Mas, afinal, o que deu errado?

E será mesmo que deu?

A associação da marca com o que há de pior nos esportes — brigas, agressões e violência — vai ficar na memória de todo mundo por um bom tempo. Ficou evidente que a Spaten não estava preparada para algo fora do script, mesmo lidando com um esporte naturalmente violento.

Por outro lado, a própria essência da Spaten, que nasceu em 1397, literalmente no período medieval, traz no slogan “Estilo Spaten de ser forte”, uma espécie de licença poética para toda essa força bruta. Talvez a pancadaria não seja um grande problema, considerando o DNA da marca.

Veja a manifestação da cervejaria nas redes sociais: um mísero stories, no tom “deu ruim, mas seguimos firmes”. Nada que denote grande preocupação.No fim, o caso Spaten está aí para lembrar que mapear riscos nunca é demais e, ainda assim, pode não ser suficiente. Também mostra que uma marca com 700 anos talvez sobreviva a umas boas pancadas. E sempre é reforçar: alcance mede ruído; reputação mede o que fica na lembrança.

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