Sandálias Havaianas: um tiro no pé. Por Edmundo Lima de Arruda Jr

Artigo de Edmundo Lima de Arruda Jr, professor de direito

Incrível a pisada na bola da Havaianas no sua última propaganda, saudação de próspero ano. Nela, Fernanda Torres exalta os brasileiros a entrar o ano novo com os dois pés, não apenas com o pé direito.

Fernanda representa-se como de esquerda e anti-bolsonarista. Claro, no mercado cultural organicidade e dinheiro casam bem… O tiro saiu pela culatra. Na bolsa de valores as ações daquela empresa cairam inediatanente. As concorrentes, Ipanema, Rider e outras, agradecem.

Até quando da mistura exagerada da arte com política resultarão consequências nefastas e estratégias de marketing equivocadas. Sim, muitos são os efeitos reversos: para a famosa companhia de alpargatas, para o mercado, e para a política, confundindo ainda mais o público na questão dicotomizada no chavão direita/esquerda. Como se bons produtos fossem de esquerda e maus, de direita. Doideira.

Um passo adiante dessa estupidez seria a escolha ideológica territorializada. Curtir vinho comunista se produzido na França (tão comunista quanto os socialistas de Ipanema), culinária fascista (?) italiana, ou uísque monarquista da Escócia…

Quando a paralisia cognitiva na qual em boa parte vivenciamos, por conta de tanta desinformação, atinge a arte e artistas, despoitencializa-se o grau daquela dimensão da vida na sua capacidade de olhar diferente o mundo, transformando-o para melhor.

Quem se lembra de um prêmio Nobel, Adolfo Perez Esquivel, argentino, para quem o ato de recusa em beber Coca-Cola seria um recusa de beber o imperialismo. Não imagino em 1980 como vivia Esquivel dispensando todas as criações burguesas, como os preservativos modernos da lavra Charles Goodyear. Esquivel está vivo e deve ter uma vida triste, isolada, longe de Ipanema, espécie de ermitão, sem computador, celular e deliciosas engenhocas oferecidas por tanta gente f.d.p.

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