
No ano passado, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. Na contramão dos dados nacionais, Santa Catarina conseguiu reduzir os casos, conforme dados do novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na quinta-feira (24).
O resultado é creditado pelo delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, a ações preventivas e repressivas do governo estadual, além de parcerias e ações importantes de outros poderes e setores da sociedade, a exemplo do Ministério Público (MPSC) e do Judiciário catarinense.
Ainda que os números sejam um alento para a sociedade, o combate à violência contra a mulher precisa de esforços e ações conjuntas para seu enfrentamento e redução permanente. E o caminho passa por políticas efetivas e conscientização social. Nenhuma morte por feminicídio pode ser tolerada.
Para fortalecer ações, o MPSC, que é comandado pela primeira vez na história por uma mulher, está elaborando o Mapa do Feminicídio. O documento já está em fase final de desenvolvimento.
A Procuradora-Geral de Justiça, Vanessa Cavallazzi, explica que a ferramenta será estratégica para orientar políticas públicas de proteção às mulheres e fortalecer o combate à violência de gênero.
”Tivemos uma redução no número de feminicídios em Santa Catarina. Mas quantas mulheres mortas podemos considerar como um número aceitável? O foco é feminicídio zero, próximo de zero. E é assim que vamos encarar”, afirmou Vanessa em coletiva à imprensa no começo desta semana.
Números
Até junho deste ano, conforme o Observatório da Violência Contra a Mulher, mais de 15 mil medidas protetivas já foram emitidas no estado para proteger mulheres e quase 37 mil casos foram registrados pelos órgãos oficiais. Já os números de feminicídio, se comparados ao mesmo período do ano passado, tiveram uma redução de 25%.
“No ano de 2021 foram 55 casos. Em 2022, aumentou para 57. Já em 2023 manteve-se em 57. Com muito trabalho preventivo e repressivo do governo Jorginho Mello desde 2023, em 2024, caiu para 50. Agora, comparando o mesmo período de 2024 com o de 2025, tivemos uma queda de 25%. Foram 25 casos”, destaca Ulisses Gabriel.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é elaborado anualmente com base nas estatísticas oficiais divulgadas pelas secretarias de segurança pública dos 26 estados e do Distrito Federal.