Na tarde desta segunda-feira, a SES/SC (Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina) divulgou um importante, e assustador, dado. Segundo a pasta, o estado tem previsão de 310 novos casos de câncer em crianças e adolescentes para este ano.
De acordo com os números, seria ao menos um caso diagnosticado a cada dois dias em Santa Catarina.
Só para se ter uma ideia, segundo a SES, no Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), unidade do Governo do Estado, foram atendidos 220 pacientes com câncer infantojuvenil de janeiro a agosto de 2024, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2023. Neste Setembro Dourado, a SES busca conscientizar pais e responsáveis sobre a importância de estarem atentos aos sintomas dessa doença.
O câncer em crianças e adolescentes, até os 19 anos, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, podendo ocorrer em qualquer parte do organismo. Diferentemente do câncer em adultos, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.
Leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas são os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes. “Diferentemente do câncer em adultos, onde fatores ambientais e de estilo de vida, como tabagismo e exposição a substâncias tóxicas, desempenham um papel importante, o câncer em crianças e adolescentes geralmente têm origens desconhecidas. Aproximadamente 10% dos casos ocorrem devido a anormalidades genéticas ou hereditárias e, em raras situações, a exposição à radiação ou a infecções virais, como nos casos de linfomas de Burkitt e Hodgkin”, explica a oncopediatra do CEPON, Dra. Rita Ferrúa Oliveira.
Como não há um fator gerador claro, é essencial estar atento aos sinais que o corpo da criança ou adolescente apresenta. “Febre persistente por mais de uma semana sem causa aparente, palidez acentuada, hematomas ou sangramentos inexplicáveis, linfonodos aumentados (popularmente conhecidos como ínguas) sem sinais de infecção, perda de peso sem explicação, aumento abdominal e dor óssea localizada que piora com o passar dos dias são sinais de alerta. A dor do câncer ósseo, por exemplo, é diferente da dor de crescimento, que é mais difusa e varia de localização. Já a dor causada por um tumor ósseo é persistente e localizada”, alerta a Dra. Rita.