Um grande desafio para as eleições de 2026. Por José Nazareno Vieira

José Nazareno Vieira escreve artigo sobre a elevada abstenção nas eleições de 2024 em Santa Catarina, destacando o desafio de engajar concorrentes para 2026.

Os dados referentes às eleições de 2024 colocados à disposição das agremiações partidárias e, principalmente, de seus líderes políticos, deixa em aberto uma grande reflexão para os desafios do próximo pleito em 2026. Converter e conquistar eleitores ampliando sua participação nas urnas é provavelmente o maior deles.

Uma pesquisa inédita considerando os dez maiores colégios eleitorais de Santa Catarina indicou que um terço dos eleitores deixou de ter participação na escolha dos eleitos, de forma direta ou indireta. Somando as abstenções e os votos brancos e nulos, a taxa chegou a 30,49% do total de número de eleitores aptos a votar.

O total de eleitores destas dez cidades maiores cidades de SC é de 2.192.104. Somadas as abstenções, brancos e nulos o valor alcança 666.209 eleitores.

Chama atenção o resultado de Florianópolis, com 28,05%, valor que ultrapassa os 30% se adicionados os brancos e nulos. Significa dizer, inclusive, que o fator abstenção se posicionou como o segundo colocado na corrida eleitoral deste ano.

Um número superior a meio milhão de votos deixou de ser consignado em favor de candidaturas, isso considerando os maiores colégios eleitorais e onde o acontecimento eleição deveria ter chegado mais perto da população por fatores como o horário oficial de rádio e TV, as coberturas dos veículos de comunicação e a penetração das redes sociais.

Para esta eleição municipal em relação a 2020, o crescimento de eleitores foi de 8,35%, totalizando 5.640.659 aptos a votar. A média estadual oficial de abstenção apurada pelo TRE/SC nos 295 municípios catarinenses foi de 21,71%.

Esse afastamento não é privilégio catarinense. A taxa de abstenção nacional foi de 29,26% no segundo turno, muito semelhante à de 2020 durante a pandemia. Seis capitais registraram taxas acima de 30% com destaque para Porto Alegre, com 34,83% de eleitores ausentes. No segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo a abstenção também chegou em segundo lugar.

Demonstrações como estas são tão eloquentes, ou seja, tem peso de interpretação tão importante quanto os resultados de votos válidos. Eleitores estão demonstrando que querem algo mais ou diferente das lideranças partidárias tanto em gestão pública como na condução das casas legislativas. Trazer este contingente tão expressivo de eleitores atualmente alheios aos pleitos pode significar pontos preciosos no desempenho das candidaturas nas urnas. 2026 é logo aí.


José Nazareno Vieira, Zeno é presidente do Instituto Mapa

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