Nos últimos anos, Santa Catarina tem visto crescer o número de iniciativas voltadas à visibilidade das pautas femininas e ao fortalecimento do protagonismo das mulheres nos espaços de poder. Programas de órgãos públicos, entidades de classe e movimentos da sociedade civil têm abordado temas como a violência contra a mulher, a promoção do bem-estar e o estímulo à liderança. Mas, diante de tantas ações ainda pulverizadas, permanece uma pergunta: como transformar esforços isolados em uma força coletiva capaz de ampliar a representação feminina?
A Associação das Mulheres Políticas do Sul (Amps) mostra que, quando vozes se unem, nasce uma força capaz de transformar realidades. O movimento suprapartidário, que hoje reúne mais de mil mulheres associadas em todo o estado, surgiu para apoiar aquelas que desejam disputar cargos eletivos ou ocupar posições de liderança em seus municípios, oferecendo capacitação, suporte estratégico e um espaço seguro de diálogo.
Mais do que estimular candidaturas, a Amps se propõe a construir uma rede de unidade entre diferentes correntes políticas, partindo do princípio de que divergências ideológicas não podem se sobrepor à missão maior: garantir que mais mulheres estejam nos espaços de decisão.
Apesar de representarem 52% da população catarinense, as mulheres seguem sub-representadas na política. Nas eleições de 2020, conquistaram apenas 16% das cadeiras nas câmaras de vereadores do estado. Embora estejam cada vez mais presentes nos debates públicos, ainda não alcançaram o mesmo espaço de poder que exercem na sociedade.
A força da união
A Amps enfrenta essa desigualdade por meio de encontros microrregionais, concebidos como espaços de formação, apoio e fortalecimento de lideranças locais. O primeiro aconteceu em Praia Grande, na última sexta-feira (15), reunindo quase 200 participantes da Amesc e de outras regiões do estado. O evento contou com a presença de deputadas, vereadoras e lideranças comunitárias e serviu como um exemplo prático do que a associação pretende multiplicar em todo o território catarinense.
Para a presidente da Amps, Sabrina Zapelini Minatto, a experiência deixou claro que “quando mulheres de diferentes partidos se unem, deixam de lado as divergências e passam a caminhar juntas, nasce uma força unificadora e inspiradora, capaz de transformar a realidade política”.
Já nesta segunda-feira (18), Zapelini esteve em Treviso, onde participou de um bate-papo sobre políticas públicas municipais e reforçou o compromisso da associação em incentivar o debate e a implementação de políticas voltadas especialmente às mulheres.
