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27 de julho de 2024

Custo bilionário para aterrar lixo. Por Wilson Cancian Lopes

O custo para aterrar lixo em contraponto à falta de investimento em reciclagem é o tema do artigo de Wilson Cancian Lopes

Por Wilson Cancian Lopes

Nos últimos cinco anos, os municípios da Grande Florianópolis gastaram em torno de R$ 1 bilhão na gestão de resíduos sólidos. Tirando a parte investida em mão de obra de coleta pública ou terceirizada, o recurso foi basicamente aplicado para dispor rejeito no aterro sanitário. No final das contas, uma fortuna para enterrar lixo.

A terceirização da coleta só amplia essa tendência de recolher e levar lixo para aterro, já que a empresa ganha por tonelada de rejeito. É um poço sem fundo.

Depois de tanto investimento das prefeituras, não há na região nenhuma planta de reciclagem moderna, por exemplo, que melhorasse a renda dos triadores e a qualidade do material encaminhado de volta à indústria.

Florianópolis, a cidade que ainda tem menor índice de terceirização dos serviços, é a que se destaca no desvio de resíduos do aterro sanitário por meio da reciclagem e da compostagem.

Em torno de 5% do total de resíduos, são recicláveis secos (plástico, metal, papel e vidro) salvos do aterro pela coleta seletiva.

Voltam para o ciclo econômico.

Aproximadamente 6% são resíduos orgânicos recuperados pela compostagem e destinados às ações de agricultura urbana.

Voltam para a natureza.

Pior de tudo, é que gasto tão vultoso das prefeituras em coleta terceirizada tem sido feito com base em contratos precários sujeitos a todo tipo de criminalização e falta de transparência.

Está mais do que na hora dos municípios se unirem e buscarem uma solução conjunta, integrada e sustentável.

O primeiro passo tem data marcada. Em 26 de junho, será apresentado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), na sede da Granfpolis, sistema para escolher e definir as melhores alternativas para tratamento dos resíduos sólidos urbanos, seus custos e investimentos.

O software calcula desde a operação de coleta até o tratamento, que pode ser biodigestão, compostagem aeróbica, anaeróbica, incinerador ou mesmo aterro. A partir disso, estabelece a tarifa por domicílio, garantindo a economicidade da gestão e do manejo.



Wilson Cancian Lopes é engenheiro mecânico, ex-presidente da Comcap e assessor do CIM-Granfpolis.

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