Zeca Pires conclui as filmagens de O Aviador Francês

O cineasta manezinho Zeca Pires, conhecido pelos longas A Antropóloga e Procuradas e diversos curtas, concluiu nessa semana as filmagens de O Aviador Francês, seu próximo longa que deverá chegar as telonas no início de 2026. O filme teve suas locações no sul da Ilha de Santa Catarina e no município de Chapecó.

Financiado por um edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e com roteiro de Marcelo Esteves é produzido pela Mundo Imaginário Produções Cinematográficas. 

Dono do argumento e da direção, Zeca Pires diz que seu filme faz referência a Antoine de Sant-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, mas é um filme sobre a amizade. “Vou mostrar a amizade entre os pilotos franceses, os pescadores e um menino sonhador. É uma relação que pode existir em qualquer grupo de amigos”, explica o cineasta.

O francês Sant-Exupéry, entre 1929 e 1931, quando era piloto da Aéropostale, teria —segundo historiadores— pousado seu Caudron SimounC365 para reabastecimento nas areias do Campeche.

Filmar em Santa Catarina, para Zeca Pires, é um grande desafio, pois o Estado está fora do circuito nacional das grandes produções. “Sinto-me realizado por chegar ao final das filmagens, com uma equipe tão boa e comprometida”, afirma, acrescentando que isso ocorre justo no momento em que o cinema nacional está em alta, com o Oscar de melhor filme estrangeiro para o longa Ainda Estou Aqui, de Walter Sales.

Quando chegar as telonas, O Aviador Francês vai contar a história de Francisco, um menino filho de mãe solo, cujo pai morreu na França. Ele sai do oeste catarinense e vem a Florianópolis, conhecer os avós paternos que chegam da França para e hospedam-se na praia do Campeche. 

O cineasta, assim como já fez em A Antropóloga, se utiliza da técnica do realismo fantástico para contar a sua história. Apaixonado por aviação e por Sant-Exupéry, Francisco mergulha num mundo de sonhos e fantasia que o diretor, com sua sensibilidade, consegue dar vida com forte sabor de emoção.

O que se passa na sequência é realismo fantástico puro. O mundo real, de dramas de um garoto que não conhece o pai, desaparecem e ele entra num universo de pescadores, bruxas, artistas circenses, pilotos da Latécoerè, músicos e outros nativos da nossa ilha, alguns vivos e outros que já se foram.

Dando vida a seus personagens, Zeca Pires enfrenta as dificuldades de orçamento, improvisando locações e revelando talentos locais na dramaturgia, como Francisco (ator e personagem são homônimos), que faz cinema pela primeira vez, e misturando-os como outros mais experientes, que militam e lutam pela arte, longe do eixo Rio-São Paulo. 

O trabalho de filmagens, encerrado esta semana em Chapecó, segue agora para montagem e finalização pela equipe do cineasta Giba Assis Brasil e no início de 2026 deverá estrear nas telas de todo o Brasil.

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