No Cabeça de Político, Gean Loureiro detalha rompimento com Topázio Neto e fala da Operação Presságio

Pivô de um dos fatos que marcaram o período pré-eleitoral em Santa Catarina, o ex-prefeito Gean Loureiro (União Brasil), de Florianópolis, detalhou no programa Cabeça de Político os motivos que o levaram a romper policamente com o prefeito Topázio Neto (PSD), pré-candidato à reeleição. Em 2020, ambos compuseram a chapa vitoriosa na Capital catarinense, com Gean prefeito e Topázio vice.

Na entrevista concedida ao jornalista Upiara Boschi, o ex-prefeito admitiu que a relação mudou logo após a eleição para o governo do Estado, em 2022, quando Gean Loureiro terminou em quarto lugar. A renúncia para concorrer ao cargo elevou Topázio Neto ao cargo de prefeito. Ainda em 2022, o novo prefeito vetou o retorno de Constâncio Maciel à Secretaria da Fazenda, posto que havia deixado para concorrer a deputado estadual.

“Isso era um compromisso que o Topázio tinha comigo. Ele tinha dado a palavra dele de que se por ventura o Constâncio não se elegesse deputado, ele voltaria. E acabou não acontecendo. Foi uma das diversas situações. Se alguns entenderem que é normal assumir compromisso e não cumprir, eu não entendo. Sou daqueles que palavra dada tem que ser palavra cumprida”, disse Gean na entrevista.

Gean Loureiro ressaltou que mesmo após o episódio manteve a relação política com Topázio Neto, que culminou com um jantar de apoio do União Brasil em fevereiro – em sua casa. Segundo ele, mesmo após aquele encontro, os acordos continuaram não sendo cumpridos.

“Eu sentei com o prefeito, falei das minhas expectativas e de que a gente poderia caminhar juntos se houvessem esses encaminhamentos. Depois, o que estava estabelecido passou a não valer mais. E se não valia mais, também não valia mais o apoio e a gente buscou outro caminho”, afirmou o ex-prefeito.

Gean Loureiro critica atual gestão

No Cabeça de Político, Gean Loureiro falou da descontinuidade de programas na gestão de Topázio Neto e criticou a gestão fiscal da prefeitura.

“O rompimento tem dois motivos muito claros. O primeiro relacionado ao modelo de administrar, que em muitos setores eu entendo que poderia ser feito de outra forma. Destaco a questão da gestão fiscal, que eu sempre tive muito cuidado. Peguei a prefeitura com muitas dificuldades e acredito que não houve um controle das contas públicas, o que reduziu drasticamente a capacidade de investimento e causou problemas significativos, inclusive em diversos programas que foram descontinuados”, disse Gean.

O apoio de Gean Loureiro a Dário Berger

Ainda sobre o rompimento com Topázio Neto, Gean Loureiro explicou sobre opção em apoiar a pré-candidatura do ex-prefeito e ex-senador Dário Berger (PSDB), de quem foi aliado nas disputas de 2004 e 2008, vencidas pelo tucano, e de 2012 e 2016 – a primeira com derrota de Gean para Cesar Souza Junior (PSD) e a segunda garantindo o primeiro mandato de prefeito.

“Nós não estivemos juntos em 2020, o Dário optou por apoiar a ex-prefeita Angela Amin (PP), eu não estava mais no MDB (partido de Dário na época). Em 2022 eu concorri ao governo por um time e ele concorreu ao Senado por outro time. Nós acabamos nos afastando no ponto de vista político das eleições, mas isso não impediu que nossa relação continuasse. Há que se reconhecer que o Dário foi um bom prefeito para Florianópolis. Nossas gestões tem muitas semelhanças nas entregas e na forma de atender a população”, disse.

Gean Loureiro comenta Operação Presságio

No Cabeça de Político, Gean Loureiro comentou as investigações da Polícia Civil que resultaram na Operação Presságio e na prisão preventiva do ex-secretário Ed Pereira (União Brasil). O ex-prefeito disse que o ex-aliado terá a possibilidade de se defender em juízo, mas admite o peso do que foi divulgado até agora.

“Se for comprovado o que vem sendo apresentado é óbvio que a gente não pode concordar com o que foi feito, né. Agora cabe a ele no momento correto poder fazer a sua defesa. No entanto, sempre tenho muita cautela de fazer pré-julgamentos porque que eu já tive uma operação totalmente injusta comigo, né? Todo mundo dizia que eu estava fora da política, e em menos de um ano foi comprovado que tudo aquilo não tinha nenhum fundamento”, disse.

Ele enfatizou que Ed Pereira foi seu secretário, mas que a decisão de nomeá-lo novamente na Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte após a derrota nas eleições de 2022, quando concorreu a deputado federal, foi de Topázio. Admitiu, no entanto, que ele fazia parte do mesmo acordo que previa o retorno de Constâncio Maciel.

“Todos os que eram do partido a gente tinha combinado de voltar. Mas o Topázio poderia ter barrado a nomeação como barrou a do Constâncio”, afirmou.

A tentativa de intervenção no União Brasil

Gean Loureiro também comentou a iniciativa dos três deputados estaduais do União Brasil – Jair Miotto, Marcos Pereira e Sérgio Guimarães – de pedir intervenção na executiva municipal do partido para manter o apoio à reeleição de Topázio Neto. O pedido foi encaminhado à direção nacional do União Brasil pelo deputado federal e presidente estadual Fábio Schiochet – em Brasília, o pedido foi arquivado.

“Houve um movimento liderado por um deputado estadual do partido, Sérgio Guimarães, no intuito de permanecer o apoio ao prefeito Topázio. Isso faz parte do jogo político. Não posso dar uma de ingênuo. Isso pode acontecer em qualquer partido. Eles acabaram fazendo um documento, encaminhado ao presidente estadual que, no meu ponto de vista de maneira equivocada, encaminhou à nacional. Eu discordei do presidente Fábio Schiochet, mas ele tem a prerrogativa. Poderia ter concluído o processo. Até porque nós tínhamos um acordo de que cada um cuidava do seu município”, disse Gean.

Veja a íntegra do Cabeça de Político com Gean Loureiro

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