Liderança regional e os desafios da Grande Florianópolis. Por Camilo Martins

Camilo Martins escreve artigo em que aborda os desafios enfrentados pela Grande Florianópolis, destacando a necessidade de integração regional em áreas como mobilidade urbana, saneamento e saúde pública, com o autor assumir liderança política para promover soluções estratégicas.

Para os turistas, Florianópolis pode parecer apenas a Ilha da Magia. Mas para quem mora na região, Florianópolis vai além de um limite geográfico, muito mais abrangente do que uma ilha. Quem vive aqui, faz parte de uma grande engrenagem urbana que envolve pessoas, trânsito, empregos, comércio, meio ambiente, e claro: grandes desafios.

Por décadas, a Grande Florianópolis careceu de uma liderança regional que pensasse de forma coletiva. Cada município seguiu seu ritmo de crescimento, perseguindo suas necessidades e urgências de forma local. No entanto, cidades como Palhoça sentiram de forma mais intensa o impacto desta falta de integração. O salto de 170 mil habitantes em 2010 para 222 mil em 2022 é apenas um indicador dessa explosão demográfica, mas que demonstra a série de desafios que surgem com o crescimento de uma região sem o devido planejamento.

Como cidadão palhocense, sinto as dores de quem vivencia situações e que lutei com afinco para resolver em Palhoça, como enfrentar um trânsito moroso e complexo para conseguir chegar a serviços públicos na Capital ou até mesmo em compromissos profissionais. E como prefeito, percebi que sozinho não conseguiria resolver essa questão: é preciso pensar como região.

Apesar de recorrer à justiça para viabilizar a terceira faixa na BR-101 e para acelerar as obras do Contorno Viário, ainda sofremos demais com a falta de mobilidade urbana. Não me refiro apenas à construção de mais e mais ruas e avenidas, mas sim, de criar alternativa de transporte de qualidade para quem circula na região. O transporte coletivo ainda é um grande desafio, pois precisa ser pensado de forma integrada. Não há transporte público que sobreviva à falta de integração com a Capital.

Outro assunto que perpassa os limites de uma cidade é o saneamento básico. Em 2019, comecei o projeto de universalização de acesso à água e esgoto tratado e hoje Palhoça segue no rumo de uma concessão pública que cumprirá prazos determinados pelo Governo Federal. No entanto, a balneabilidade das praias da região não respeitam as fronteiras traçadas pelas cidades. Palhoça já conquistou a solução para a poluição de suas praias, mas precisa que São José, Biguaçu, Governador Celso Ramos e Florianópolis também sigam por este caminho.

E se estamos preocupados com o saneamento, logo estamos falando também de saúde pública. E além de enfrentar os desafios da saúde  por meio da conquista do saneamento para o município, foi necessário também atuar no atendimento pelo SUS da população da região por meio do Hospital, que começou a ser construído neste mês de outubro. São duas frentes que se encontram e convergem para a melhoria da saúde pública: na prevenção e no atendimento.

Nos próximos dias, assumo a liderança da Bancada da Grande Florianópolis na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Sinto-me preparado para lidar com os maiores desafios que a região enfrenta, exatamente por ter vivenciado essas questões ainda como prefeito por dois mandatos. Então se por décadas os municípios da Grande Florianópolis foram geridos de forma desarticulada, hoje temos a oportunidade de poder contar com uma referência regional que pensa de forma estratégica e inteligente. As políticas públicas municipais precisam convergir para um planejamento regional alinhado. Vou solucionar esse desafio e atender as necessidades de um milhão de moradores da região através da articulação com o Governo do Estado, com os próprios deputados estaduais e com os próprios prefeitos de seus municípios. 


Camilo Martins é deputado estadual de Santa Catarina pelo Podemos.

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