Artigo de Alan Schöeninger, Gestor Público, especialista em captação de recursos e Relações Governamentais e Diretor da NM80 Assessoria.

Vivemos um tempo em que se fala cada vez mais sobre inovação, gestão eficiente e qualidade na prestação dos serviços públicos. Mas há um ponto que, embora fundamental, ainda recebe menos atenção do que deveria por parte de muitos gestores: a capacitação e o treinamento constante das equipes que fazem a gestão pública acontecer no dia a dia.
Seja na administração municipal, estadual ou federal, a verdade é uma só: não existe gestão pública eficiente sem servidores bem preparados, atualizados e capacitados.
O setor público convive com uma infinidade de normas, decretos, portarias, leis, instruções normativas e regulamentos — e eles mudam. Mudam frequentemente. Mudam conforme o governo, conforme as diretrizes, conforme as políticas públicas nacionais, estaduais e até internacionais. E quem não acompanha essas mudanças, fica para trás.
Além disso, a própria dinâmica da administração pública tem se transformado. Inovações tecnológicas, novos modelos de governança, transformação digital, desburocratização, parcerias público-privadas, mudanças nos modelos de financiamento e de captação de recursos. Tudo isso exige um profissional público cada vez mais preparado técnica e estrategicamente.
Capacitação gera eficiência, que gera resultado.
É preciso deixar claro: capacitação não é gasto. É investimento.
Investimento que se reflete diretamente na qualidade dos serviços prestados à população.
Investimento que reduz erros, retrabalhos, desperdícios e inseguranças jurídicas.
Investimento que traz segurança técnica às equipes e aos gestores.
Na área em que atuo, que é a gestão de convênios e captação de recursos, isso é ainda mais evidente. Uma equipe bem treinada é sinônimo de mais dinheiro entrando nos cofres públicos. Por quê? Porque uma equipe capacitada sabe onde estão as oportunidades, entende como acessar recursos, domina os sistemas, conhece as normas, está atenta às mudanças e, principalmente, sabe executar, prestar contas e transformar esses recursos em obras, políticas públicas e melhorias concretas para a população.
Quem investe em capacitação não fica apenas no básico. Vai além. Aprende a buscar mais, a inovar, a destravar gargalos burocráticos e a aumentar a capacidade de entrega da gestão pública.
Capacitação é mais que técnica. É cultura de gestão.
Quando um gestor escolhe investir no desenvolvimento da sua equipe, ele não está apenas qualificando processos. Ele está formando uma cultura organizacional voltada para a excelência, para a melhoria contínua e para o compromisso com o cidadão.
É preciso romper, de vez, com a visão de que capacitar servidores é apenas cumprir tabela ou atender uma formalidade. Capacitação deve ser entendida como política permanente de governo. Como prioridade de gestão.
Quem ganha com isso? Todos.
O gestor ganha, porque conduz uma equipe mais eficiente e que gera mais resultado.
O servidor ganha, porque se sente mais seguro, valorizado, preparado e motivado.
E, acima de tudo, quem mais ganha é o cidadão, que recebe serviços públicos de mais qualidade, com mais agilidade, mais eficiência e mais impacto na sua vida.
Investir em gente é investir em resultado.
Se há um caminho seguro para construir gestões públicas mais fortes, mais preparadas e mais entregadoras de resultado, esse caminho passa, obrigatoriamente, pela valorização das pessoas que fazem a máquina pública funcionar.
Equipe bem treinada é serviço bem feito.
E serviço bem feito é gestão eficiente, é dinheiro bem aplicado, é política pública de qualidade e é, sobretudo, respeito ao cidadão.