A entrevista coletiva, exclusiva para mulheres, concedida nesta semana pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, para anunciar a permanência do atual técnico no time, trouxe um recado que vai além dos gramados: a participação das mulheres em espaços que possam ser considerados masculinos não é privilégio e sim uma oportunidade que precisa ser ampliada.
A mensagem da única presidente mulher, juntando todos os clubes das três principais divisões do futebol brasileiro, repercutiu também em Santa Catarina. “Nós mulheres queremos apenas respeito de igual forma entre homens e mulheres. Sem privilégios, mas com os mesmos direitos e oportunidades”, disse a deputada estadual Paulinha em postagem em suas redes sociais em referência à coletiva.
Leila Pereira chamou a atenção para falta de mulheres no futebol, um cenário que também pode servir de base para a falta de representação feminina na política brasileira. Um debate que precisa ser posto à mesa, seja na política, no esporte ou em tantos outros palcos da sociedade. “Não vou solucionar o problema do machismo no Brasil e no mundo, muito menos no futebol, mas com a força do Palmeiras, podemos ser um exemplo”, afirmou a dirigente do time.
A coletiva, que gerou elogios e também críticas, inegavelmente foi um marco e levantou uma discussão importante e necessária: a falta de representatividade feminina precisa ser abordada e reconhecida.
Por Soledad Urrutia
Foto: Cesar Greco/Palmeiras