Nos últimos dias, escrevemos sobre a falta de imóveis para venda e também a respeito da migração de populações para Joinville.
Hoje trato de um assunto correlacionado: a carência de imóveis para locação no mais populoso município catarinense.
O presidente do Creci-SC, órgão que reúne os corretores de imóveis, Fernando Willrich, explica a situação verificada empiricamente.
Já faz algum tempo que notamos isso. Especialmente, a carência por imóveis residenciais só tem crescido. Isso acontece porque a cidade recebe muitas pessoas em busca de trabalho – e elas precisam morar – disse.
Com a alta no valor dos aluguéis, muitas vezes o inquilino tem de fazer concessões. Procurar outros bairros, onde o metro quadrado locado não seja tão elevado; entrar num apartamento não mobiliado; achar um imóvel menor ou mais antigo.
O presidente do Creci-S anota um ponto importante: este boom de locação de concentra em Joinville, nas cidades do litoral, em Chapecó e em Caçador.
Nestas cidades, há forte alta nos preços. Em Caçador, particularmente, um fato inusitado esclarece o tamanho do déficit habitacional.
Em Caçador, no Meio-Oeste, a carência de imóveis é tão grande, que empresas deixam de contratar trabalhadores porque eles não tem onde morar – afirma Willrich.
Em Joinville, alguns dados explicam a situação do mercado imobiliário voltado para a locação.
Este mercado cresce 0,5% ao ano no Brasil. Em Joinville, estimativas de especialistas apontam que serão necessários 5 mil novos imóveis, até 2032, para dar conta da demanda futura, esperada como consequência de aumento populacional: daqui a oito anos, Joinville poderá ter mais 60 mil moradores, numa projeção relativamente conservadora.
Os valores dos apartamentos alugados se valorizaram 15% nos últimos 12 meses. No caso de imóvel que fica vazio, com a saída de um inquilino, em muitas vezes o valor da nova locação sobe automaticamente, de 15% a até 20%, dependendo das características e localização.
A redução significativa do estoque de imóveis para locação ajuda a explicar a alta. Segundo um experiente player do mercado, o estoque, em 2020, era de 2.500 imóveis. Agora, em 2024, não passa de 1500.
Diante desse cenário, é muito provável que continue a escassez de apartamentos e casas direcionadas para locação em Joinville, ainda por muitos anos.