“Os espaços públicos precisam ser repensados, porque não estão dando conta dos extremos”, alertou a professora Denise Duarte (FAUUSP), nesta quinta-feira (20), durante o painel “Cidades Verdes” da Convenção Nacional AsBEA 2024, que acontece até sábado em Jurerê Internacional. A especialista falou sobre “adaptação de cidades e edifícios às mudanças climáticas”. Ela chamou a atenção para as ondas de calor, cada vez mais frequentes, que desafiam concentrações urbanas.
De acordo com a professora, é importante identificar mapas de risco para o planejamento de políticas públicas que levem em conta o aquecimento urbano, com redesenho dos territórios. Ela defende, por exemplo, infraestrutura verde, com a criação de “oásis urbanos nas cidades”. Denise pontuou, ainda, que a “maioria dos edifícios atuais não têm capacidade de adaptação ao calor extremo”.
VULNERABILIDADE
“A ocupação desordenada aumentou a vulnerabilidade das áreas urbanas”, destacou a arquiteta e urbanista Clarice Debiagi, que destacou a necessidade de integração dos municípios no enfrentamento das mudanças climáticas.
Referência em recursos hídricos e saneamento ambiental, Fernando Meirelles trouxe para o debate o Marco de Sendai, que estabeleceu um plano de sete metas até 2030 para redução de riscos de desastres pelo mundo. De acordo com Meirelles, é fundamental “reconstruir o cenário sob outra lógica” para evitar que os centros urbanos se transformem em “cidades medievais”, com consequências trágicas para seus habitantes. Ele falou em repensar os projetos de drenagem e os planos diretores, além de mapeamento das áreas de risco.
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Denise Lima falou sobre a necessária adaptação das cidades para enfrentamento do aquecimento urbano. Foto: divulgação, AsBEA