Com os perfis excluídos das redes sociais por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário catarinense Luciano Hang, das Lojas Havan, não sumiu das redes sociais. Seu rosto tem aparecido em anúncios patrocinados via Google em diversos sites de conteúdo político – como o próprio Upiara.Online – junto a frases em que é apresentado como um “líder visionário” ou atestam que “o Brasil se orgulha de Luciano Hang”.
A plataforma Google permite o bloqueio pelos gestores dos sites para que os anúncios indesejáveis não sejam apresentados aos frequentadores, bastando informar o endereço para qual direciona a peça. É o que fez e faz o Upiara.Online – e faria com qualquer liderança política ou aspirante que usasse esse expediente para ter visibilidade no site por meio de anúncios. No entanto, a cada link identificado e excluído, novos surgem com o mesmo conteúdo.
Quem clica no anúncio não vai encontrar material de promoção política de Luciano Hang ou qualquer outra liderança. Após uma mensagem pedindo para o usuário confirmar que é maior de 21 anos, surge uma entrevista evidentemente falsa do empresário à Rádio CBN em que divulga plataformas de investimento em bitcons de que seria usuário. As falam atribuídas a Hang são chamariz para o golpe: “foi o dinheiro mais fácil e rápido que já fiz”, “é literalmente a maneira mais rápida de se conseguir uma montanha de dinheiro agora”, “isso não vai durar mais muito tempo” “quando os bancos decidirem desligar o esquema”, diz o fake Hang.
Diante da frequência com que esse conteúdo surge no Upiara.Online, procurei a assessoria das Lojas Havan e questionei sobre a ciência sobre o uso da imagem de Hang nos conteúdos publicitários enganosos e quais medidas haviam sido tomadas sobre o caso. A resposta foi rápida. Segundo a Havan, o empresário catarinense é vítima de um golpe e o departamento jurídico da empresa tem trabalhado para tirar do ar e identificar a origem do conteúdo. Esse esforço, diz a empresa em nota oficial, resultou em liminares judiciais contra Google e Facebook para identificação dos criminosos.
– Recebi muitas mensagens e prints desse golpe. Não estou apoiando nenhum desses sites até porque eu desconheço-os – disse Hang, em frase enviada pela assessoria da Havan.
Segundo a empresa, Hang tem sido vítima desses golpes na internet desde o ano passado, em que inúmeros anúncios são criados, diariamente, divulgando plataformas de “investimentos”, que teriam apoio do empresário para pegar dados pessoais e até mesmo roubar dinheiro das pessoas que se cadastram nos sites. Em outro golpe, o nome da Havan é usado para enganar as pessoas com uma suposta promoção de faqueiro da varejista. O valor atrativo do produto fez diversas pessoas clicarem na oferta, sendo redirecionadas para outra página na internet, induzindo à compra – obviamente, o cliente não recebe faqueiro algum.
Além de acionar Google e Facebook pela identificação dos autores dos anúncios, a assessoria das Lojas Havan também afirmou que acionou o Ministério Público de Santa Catarina para que investigue crime contra a ordem popular e contra o consumidor.
Sobre a imagem em destaque:
Luciano Hang invade o Upiara.Online com mensagens políticas. Ele garante que é vítima também. Crédito: Reprodução.