Levantamento feito pela LCA Consultores revela, com dados, aquilo que se cochicha nos
bastidores e deixa nervosos os profissionais de recrutamento e seleção.
Somente num mês – abril deste ano – 735 mil trabalhadores pediram demissão de seus
empregos com carteira assinada no país. Para se compreender melhor o alcance disto,
basta dizer: a cada dia útil 36.750 funcionários celetistas se desligaram voluntariamente de
seus empregos.
Ou, ainda, dito de outra forma: o conjunto de demissões feitas a pedido dos trabalhadores,
em abril, é a superior a toda a população de Joinville, São Francisco do Sul e Araquari.
Os 735 mil pedidos de demissão são o maior número dos últimos 20 anos, desde janeiro de
2004.
Se a análise for feita levando em consideração todo o ano de 2023, aconteceram 7,3
milhões de pedidos de demissão. Ou, se preferirem, 24 mil a cada dia útil do ano.
E mais: de janeiro a abril de 2024, comparativamente a janeiro- abril de 2023, o aumento
das demissões voluntárias foi de 15 por cento.
O que todos estes números indicam?
Indicam, de modo simplificado, pelo menos três
situações.
- Com a economia aquecida, a troca de emprego fica mais fácil. O trabalhador sai de
um lugar e vai para outro porque tem a possibilidade de ganhar um salário melhor. - O descontentamento com o ambiente de trabalho, pressão excessiva por
cumprimento de metas e resultados também contribui para a saída. - A busca por um negócio próprio, o caminho do empreendedorismo ajuda a explicar a
grande quantidade de pedidos de dispensa.
Não é por acaso que o total de empresas abertas no período de dez anos (de 2014 a 2023)
mais do que dobrou. Saltou de 1,89 milhão para 3,87 milhões no Brasil. A informação é do
Sebrae e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Neste contexto, empresários dos mais diferentes ramos e portes reclamam da falta de
profissionais qualificados para preencher vagas de trabalho.