Governo Jorginho debate Sargento Lima na Secretaria de Segurança Pública

Ainda há debates a amadurecer na definição do nome do deputado estadual Sargento Lima (PL) para assumir a Secretaria de Segurança Pública, recriada pelo governador Jorginho Mello (PL) na reforma administrativa no primeiro semestre, mas ainda longe do protagonismo que já teve na máquina do Estado. O discreto secretário Paulo Cesar Ramos de Oliveira, oriundo do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), deve mesmo cair. Mas o governo ainda pesa os prós e contras da escolha do parlamentar – e de discreto ninguém nunca vai acusar Sargento Lima de ser.

O fechamento de questão em torno do deputado estadual do PL envolve questões eleitorais e da própria política interna das forças de segurança pública. No primeiro caso, existe a pré-candidatura de Sargento Lima (PL) à prefeitura de Joinville – hoje inegociável para o parlamentar. Ele trabalhou por ela, manteve o PL na oposição ao prefeito Adriano Silva (Novo), construiu a nominata de pré-candidatos a vereador que não deseja abandonar. Assim, a eventual posse na Secretaria de Segurança Pública seria por um prazo determinado e curto: até abril, quando precisaria deixar o cargo para continuar apto a concorrer a prefeito.

As demais questões remontam à decisão do ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) de extinguir a pasta da Segurança Pública e fortalecer os comandos da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Científica, guindados ao primeiro escalão. Ao recriar a pasta, Jorginho Mello não tirou poder das forças de segurança, o que deixou a figura do secretário quase decorativa. Hoje, mais do que uma voz forte na área, a secretaria funciona mais para a busca de recursos federais acessíveis somente através de uma pasta específica.

Com Sargento Lima, mesmo que por pouco tempo, o governo sabe que a Secretaria de Segurança Pública ganharia visibilidade. Ao mesmo tempo, a presença de um integrante da Polícia Militar na pasta poderia desequilibrar o arranjo interno entre as quatro forças – hoje garantida com um nome do MP-SC no comando. Entre os militares estaduais também há um possível desconforto, que é a indicação de um sargento (praça) para um cargo hierarquicamente e simbolicamente superior ao de um coronel (oficial) – no caso, o coronel Aurélio Pelozato, comandante-geral da PM.

São os prós e contras que pesam na escolha de Sargento Lima e que estão sendo avaliados dentro do governo Jorginho. A nomeação do parlamentar para o secretariado atende outra questão, que é a manutenção do suplente Maurício Peixer (PL) na Alesc em 2024 – ele voltaria ao cargo de vereador em Joinville com o retorno de Estener Soratto (PL), ainda secretário da Casa Civil, para o parlamento estadual em janeiro.

De toda forma, o convite ainda não foi feito. Quem conhece Sargento Lima, sabe que ele não fugirá da raia se for convidado.

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